O PMDB governista termina o ano com uma missão definida para 2005: mostrar serviço ao Palácio do Planalto, aprovando matérias de interesse do presidente Lula no Congresso. Essa tarefa do PMDB inclui, ainda, lutar pelo aumento de um eventual segundo mandato de Lula, o que exigiria aprovação de emenda constitucional.
O presidente Lula nunca escondeu que não gosta da idéia de reeleição e sempre defendeu um mandato mais longo. Obviamente, nem ele nem o PT abrem mão do direito de concorrer à reeleição em 2006, mas sonham com um governo Lula de dez anos.
Assim, o segundo mandato de Lula iria de primeiro de janeiro de 2006 a 2012. Essa idéia já é amplamente discutida entre os cardeais do PT, PSB, PMDB, PTB e PL. Por isso mesmo, torna-se mais importante, ainda, a divisão do poder que Lula fará em 2005, no âmbito da reforma ministerial.
Não se trata apenas de ministérios, mas o Palácio do Planalto vai fazer uma farta distribuição de cargos em todos os níveis para costurar uma ampla aliança para a reeleição e um mandato mais longo para Lula.
A nova fase "São Francisco", com o tradicional "é dando que se recebe", inicia-se após a eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado. A escolha das novas mesas-diretoras das duas Casas é considerada estratégica pelo Palácio do Planalto.
O governo vai usar de tudo para evitar surpresas na definição dos novos presidentes do Senado e da Câmara. Já se sabe que o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, cuidará pessoalmente dessa questão junto ao PT.
Para o PMDB governista, um eventual segundo mandato de seis anos para o atual presidente também é interessante. É uma chance também para os governistas conseguirem o vice na chapa de Lula de 2006.

ATUALIZADA EM 22/12/2004 - 8H30
|