Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a Polícia Federal descobriu que pelo menos R$ 5 mil dos R$ 1,1 milhão que seriam usados por emissários petistas para comprar o dossiê contra tucanos passaram por bancas de jogo do bicho no Rio de Janeiro. O dinheiro, de acordo com a PF, teria transitado por bancas ligadas a Antonio Petrus Kalil, conhecido como Turcão, na Baixada Fluminense (RJ).
A PF chegou ao nome de Turcão por meio do trabalho de informantes, diz a matéria de Andréa Michael. De acordo com a Folha, a PF investiga se parte ou mesmo a integralidade do dinheiro que seria usado na compra do dossiê teve origem no jogo de bicho. É que Turcão atuaria como "uma espécie de ressegurador de bancas menores a fim de garantir o pagamento de eventuais ganhadores". Por isso, a PF ainda não sabe se foi ele mesmo o fornecedor dos R$ 5 mil.
A polícia chegou até o nome do bicheiro depois de identificar pedaços de fitas de calculadora em meio ao dinheiro apreendido num hotel em São Paulo no dia 15 de setembro. Uma das fitas tinha a inscrição "Caxias 118", referência a uma banca de jogo. Os papéis também tinham um carimbo em comum.
"A PF agora tenta apurar de qual banca teria saído o dinheiro - se de alguma de Turcão ou de outra que tenha se valido de seus serviços como garantidor de pagamento de prêmios", diz a Folha.
Anteontem, a PF cumpriu ações de busca e apreensão de documentos em um escritório que centraliza a arrecadação de bancas do bicho na Baixada Fluminense. Os policiais apreenderam calculadoras. Agora vão fazer perícias para ver se as fitas e os tipos dos números são os mesmos encontrados com o dinheiro suspeito. Hoje a PF pedirá à Justiça Federal em Mato Grosso mais tempo para investigar o caso e também apresentará um relatório parcial da investigação, que completa 34 dias.