Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Antônio Ermírio: um industrial do século 20 no Brasil dependente

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Antônio Ermírio: um industrial do século 20 no Brasil dependente

Congresso em Foco

28/8/2014 | Atualizado às 15:16

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
Edemilson Paraná * Disciplinado e austero. Voltado para investimentos sólidos e de longo prazo de maturação, de perfil conservador nas apostas de negócio. Assim o homem geriu e fez crescer um dos maiores impérios industriais da América do Sul. Ao nos deixar aos 86 anos de idade, o bilionário da Votorantim, uma espécie Rockfeller tupiniquim, leva com ele a ilusão que nunca foi capaz de se consolidar de fato nesse Brasil dependente: um industrialismo promotor de renda e emprego a partir do investimento direto e de apostas em conhecimento e tecnologia para a promoção de uma social-democracia tropical. A expressão torta desse sonho que teve diferentes ecos no Getulismo, em JK e no nacional-desenvolvimentismo, além de nunca ter ultrapassado de modo substancial a indústria de base (como é o caso da própria Votorantim), ruiu nos últimos 20 anos em privatizações, aberturas de capital, fusões, "flexibilizações" e tantos outros capítulos da desindustrialização brasileira que, ironicamente, avançou justamente nas mãos de um governo de retórica popular-industrializante. É que o buraco da reprimarização é mais fundo: trata-se de uma tendência mundial (com exceção, claro, dos países que exploram mão-de-obra semi-escrava e são, sobretudo por isso, justamente o receptáculo da onda de reestruturação produtiva dos últimos 30 anos). Tudo somado, o Brasil do século 21 não parece ser mais um lugar para empresários "old school" como Ermírio de Moraes. Corretamente temerário em relação ao curto-prazismo que ajoelharia seu complexo industrial aos caprichos da finança, o "velho" sempre foi contra abertura de capital da empresa, caminho que parece inevitável; mas também, bobo que nunca foi, tratou logo de criar seu próprio banco. É que estamos na era da "governança corporativa", dos conselhos de acionistas e seus CEOs - que recebem bônus em ações e raramente tem comprometimentos reais com o futuro das companhias, e dos industriais que especulam eles mesmos com câmbio e outros ativos nos mercados financeiros para incrementarem seus ganhos em tempos adversos (vide o caso Sadia/Perdigão). Nesse capitalismo patrimonial, onde o que importa é garantir retornos rápidos em formas de juros, dividendos e aumento de ações negociadas em bolsa, o investimento de longo prazo - sem o qual qualquer avanço real não pode acontecer - encontra terreno árido. Tal solo torna-se mais fértil, no entanto, para a espoliação do trabalho e da natureza, para o avanço do agronegócio exportador (ele mesmo girando a ciranda de valorização financeira), para o baixo crescimento real, desemprego e crises. Assim, gritando pelo aumento das taxas de juros, por mais arrocho e aprofundamento do "tripé macroeconômico" nas eleições de 2014, é que o capitalismo financeirizado brasileiro presta suas últimas homenagens a um dos últimos dinossauros industriais que ainda que restavam. * Edemilson Paraná, vice-presidente do Psol-DF, é jornalista e mestrando em Sociologia pela UnB. Mais sobre economia brasileira Assine a Revista Congresso em Foco em versão digital ou impressa
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

economia brasileira capitalismo economia indústria Fórum Antônio Ermírio de Moraes

LEIA MAIS

Economia

Cade aprova a compra do Banco Master pelo BRB

Economia

Investimento em infraestrutura deve crescer 4,2% em 2025, diz CNI

Economia

Senado poderá monitorar operações de crédito interno dos estados

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

COMÉRCIO

Câmara vota fim da regra que exige acordo para trabalho em feriados

2

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Veja como cada deputado votou na urgência para derrubar decreto do IOF

3

TRÊS PODERES

Entenda as "emendas paralelas" que entraram no radar do STF

4

Piso Salarial

Comissão da Câmara aprova piso salarial para tradutores e intérpretes

5

ECONOMIA

Hugo Motta: urgência contra aumento do IOF é "recado da sociedade"

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES