Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Câmara vota legalização de bingos nesta semana

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Câmara vota legalização de bingos nesta semana

Congresso em Foco

14/9/2009 6:10

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
[caption id="attachment_36945" align="alignleft" width="300" caption="Associação diz que legalização de jogos vai render impostos e gerar emprego"]Associação diz que legalização de jogos vai render impostos e gerar emprego[/caption]

Rodolfo Torres  
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara votará na próxima quarta-feira (16) um projeto que legaliza a exploração de bingos e caça-níqueis em todo o país. A proposta já conta com parecer favorável e, se aprovada, seguirá diretamente para a análise dos deputados no plenário da Casa.

O relator do projeto na CCJ, Régis de Oliveira (PSC-SP), alterou o texto aprovado pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT) para estimular a abertura das casas de jogos. Entre as modificações feitas pelo relator, está a diminuição da distância que os bingos devem ter de escolas e templos religiosos. De acordo com a proposta aprovada pela CFT, estabelecimentos dessa natureza não poderiam se localizar a menos de 500 metros de instituições de ensino ou religiosas. Regis baixou esse limite para 100 metros.

O relator também abriu caminho para a instalação de um número maior de estabelecimentos de jogos em cidades de médio porte. O texto aprovado em junho pela Comissão de Finanças e Tributação (leia mais) limitava o funcionamento de um bingo para cada 150 mil habitantes nos municípios com até 500 mil habitantes. O relatório de Régis reduz essa restrição para 100 mil, o que, na prática, aumenta de três para cinco o número máximo desse tipo de casa em municípios com meio milhão de habitantes.

Independentemente das mudanças feitas pelo relator, a legalização dos bingos extrapola o embate entre governo e oposição e divide os parlamentares, tanto na base aliada como entre os oposicionistas.

Fonte de arrecadação

"O bingo é possível. Proibir simplesmente é de uma falta de imaginação total", afirma o deputado Regis de Oliveira (PSC-SP), relator da matéria. "O jogo de bingo, como qualquer outra atividade econômica, é uma fonte de arrecadação de impostos. Calcula-se que, só com as taxas para regulamentar o setor, a arrecadação seria de aproximadamente R$ 230 milhões, valor destinado a um Fundo Social", afirma o parlamentar. Segundo ele, a regulamentação da atividade vai gerar centenas de milhares de novos empregos diretos e incentivar o turismo.

Em sua justificativa, Regis de Oliveira destaca que "sob o ponto de vista constitucional, não há nenhuma oposição legal ao bingo". "Também não há nenhuma objeção quanto aos cassinos e ao jogo do bicho", afirma o relator, que foi desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Outro defensor da proposta é o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical. Segundo o pedetista, mais de 300 mil postos de trabalho serão criados com a regulamentação desses jogos. "Sou o principal defensor da liberação dos bingos." Para ele, a votação na quarta-feira será tranquila e o projeto será rapidamente apreciado em plenário. "Estou trabalhando para isso."
 
Danos à sociedade

O principal obstáculo para os planos de Paulinho está na resistência de um grupo suprapartidário de parlamentares contrários à legalização dos jogos. Um deles é o deputado Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP). O tucano lembra que, junto com o projeto original (PL 270/03), estão tramitando outras sete propostas, algumas, inclusive, proibindo o funcionamento dos bingos.
 
Pannunzio ressalta que o próprio PL 270, de autoria do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), é contrário à liberação da atividade. "Eu não entendo essas coisa de apensar. Metade dos projetos é de uma linha, metade em outra. É um absurdo", sintetiza.  
 
Outro integrante da CCJ contrário aos bingos é o deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que adianta que apresentará voto separado contra a matéria, ou seja, um relatório paralelo proibindo a exploração de jogos no Brasil. "Sou radicalmente contra", resume o petista fluminense.

Biscaia foi um dos deputados que apresentaram pedido de vista na última quarta-feira (9), data que a proposta deveria ter sido analisada na CCJ. "Fiquei impressionado com o lobby no dia", destaca. Ele é autor de um dos projetos apensados contra liberação (PL 1986/03).
 
O petista argumenta que a prática e a exploração de jogos de azar "têm ocasionado graves danos à sociedade" brasileira. "Uma infinidade de atividades criminosas foram associadas à prática e à exploração desses jogos, que, em geral, funcionam ostensivamente nos melhores pontos das grandes cidades. Esses estabelecimentos acabam fraudando seus orçamentos para esconder seu verdadeiro negócio: a lavagem de dinheiro a serviço do crime organizado", afirma o deputado. "É importante referir que a Organização Mundial da Saúde considera o jogo patológico como uma doença desde 1992", complementa.   

Como procurador-geral de Justiça do Rio, Biscaia travou intensa batalha, ao lado da então juíza Denise Frossard, com o jogo do bicho, numa ação que levou para a cadeia alguns dos principais bicheiros do estado nos anos 90.

O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), disse ao Congresso em Foco que o governo não tem posição definida sobre a matéria. "Eu mesmo não estudei esse projeto."
 
Regras do jogo
 
O projeto que chegou à CCJ estabelece que serão cobrados, mensalmente, royalties dos jogos de azar no valor de 17% da receita financeira sujeita à tributação. Além disso, a matéria determina que os donos de bingo terão de preencher algumas condições. Entre elas, os sócios deverão apresentar certidões negativas criminais, fiscais e civis. Também é vedada a utilização de capital de terceiros para constituir a empresa, o que, evitaria a figura do "laranja".
 
O texto também estabelece a proibição de concessão de créditos aos apostadores e exige o pagamento à vista das apostas. Além disso, fica proibida a presença de menores de 18 anos e de pessoas "viciadas" em jogos de azar nos estabelecimentos, que deverão ter, obrigatoriamente, outras atividades de lazer, como shows de música e espetáculos.

Impostos e entretenimento
 
O presidente da Associação Brasileira dos Bingos (Abrabin), Olavo Silveira, defende a aprovação da proposta e ressalta que o governo arrecadará, por ano, cerca de R$ 6,5 bilhões em impostos após a legalização da atividade.

"Quase todos os países tratam o jogo como segmento da indústria do entretenimento. É preciso tirar o jogo das páginas policiais e colocá-lo nas páginas econômicas", ressalta Olavo, complementando que mesmo países islâmicos adotam essa postura. "Há cassinos no Egito."
 
A Abrabin estima que os cofres públicos terão um incremento de R$ 360 milhões ao ano caso 1,5 mil salas de bingo se instalem a uma taxa mensal de R$ 20 mil cada. "O que possibilita criar estrutura administrativa suficiente para o controle e a fiscalização desta atividade, sem interferir no orçamento público."
 
"Vamos ter bingos mais estruturados, melhor trabalhados. Toda a nossa visão é de que isso vai melhorar", avalia Olavo Silveira, para quem a proposta em tramitação na CCJ é "bastante rigorosa".

De acordo com o presidente da Abrabin, após a aprovação no colegiado, a matéria vai "muito rápida" ao plenário. "Estimamos que três quartos da Câmara são favoráveis à nossa posição", conclui.
 
"Bandidagem"
 
A exploração de todas as modalidades de jogos de bingo e máquinas caça-níqueis ficou proibida no Brasil por meio da Medida Provisória 168/04. A iniciativa foi uma resposta à primeira grande crise do governo Lula, que envolveu um assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu.
 
No início de 2004, Waldomiro Diniz deixou a subchefia de assuntos parlamentares da Presidência da República após divulgação de uma fita de vídeo, datada de 2002, na qual ele aparece negociando propina com o empresário de jogos Car

Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Temas

Reportagem

LEIA MAIS

Para Cristovam, Senado ainda vai piorar

Projeto da homofobia opõe gays e religiosos

Manchetes dos jornais: Serra e Aécio fazem acordo para evitar prévias

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

REAÇÃO AO TARIFAÇO

Leia a íntegra do artigo de Lula no New York Times em resposta a Trump

2

VÍDEO

Valdemar Costa Neto admite "planejamento de golpe", mas nega crime

3

MANOBRA NA CÂMARA

Eduardo Bolsonaro é indicado a líder da Minoria para evitar cassação

4

GOVERNO

Lula escolhe Emmanoel Schmidt Rondon para presidir os Correios

5

TRANSPARÊNCIA

Dino pede que PF investigue desvios em emendas de nove municípios

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES