Partidos com representação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ameaçam ir à Justiça e à corregedoria da Casa para que deputados citados nos inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal sejam afastados da comissão. Os deputados citados são Sandes Júnior (PP-GO), suplente da CPI, e
Lázaro Botelho (PP-TO), membro titular.
O presidente e o relator da CPI, respectivamente
Hugo Motta (PMDB-PB) e Luiz Sérgio (PT-RJ), disseram que não cabe à comissão retirar deputados indicados para compor o colegiado - como querem o Psol, o DEM e o PSB. Eles explicaram que isso compete aos partidos, que fizeram as indicações.
"Nós temos que cobrar às lideranças dos partidos que afastem deputados listados nos inquéritos", disse o líder do PSB, deputado Júlio Delgado. Os líderes do Psol e do PSDB,
Chico Alencar (RJ) e
Carlos Sampaio (SP), também defenderam o afastamento. "Nós já rebaixamos o nosso requerimento inicial que era de pedir o afastamento de todos os membros que receberam doações", afirmou Alencar.
Sampaio ameaçou recorrer à corregedoria da Câmara caso deputados citados nos inquéritos não se afastem da CPI até esta quarta-feira (11).
Ivan Valente (PSOL-SP) disse que seu partido vai recorrer à Justiça se não houver o afastamento de deputados citados nos inquéritos até a próxima segunda-feira.
Sub-relatorias
No inicio da sessão da CPI desta terça-feira (10), o presidente da investigação determinou a criação de mais quatro sub-relatorias. Motta indicou para uma delas o líder do PSB mas não definiu os nomes dos outros três sub-relatores. Ele também indicou o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) para a sistematização do relatório. Luiz Sérgio disse que indicará depois outros dois sub-relatores.
O plano de trabalho apresentado na semana passada pelo relator será redefinido em uma reunião nesta quarta-feira (11) entre o presidente, o relator e os sub-relatores que já haviam sido designados:
Altineu Côrtes (PR-RJ), Bruno Covas (PSDB-SP), Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e André Moura (PSC-SE). Existe a possibilidade de a CPI se reunir também na próxima segunda-feira (16) à noite para votar novos requerimentos.