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Os Graminhas

Congresso em Foco

2/5/2014 | Atualizado às 21:40

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Morar na SQS 308, na década de 1960, em Brasília, era algo próximo a viver no paraíso das crianças. A quadra era linda, arborizada, com inúmeras áreas de lazer para nós. Eram muitas as brincadeiras de criança, mas, sobre todas elas, reinava absoluto o futebol. Tínhamos um campo de terra entre a Escola Classe e o Bloco 5 (atual Bloco I). Podíamos também jogar na quadra cimentada da Escola Parque, ao lado do Bloco 7 (atual Bloco C), onde minha família morava. Bastava pular uma cerca que normalmente não era vigiada. Mas, bom mesmo, era jogar nos diversos gramados entre os blocos - e aí entravam em cena os mais terríveis seres que eu conhecia aos 5, 6 anos de idade: os Graminhas. Eles chegavam aos montes, dentro de Kombis, para nos impedir de jogar bola na grama - era proibido. Com uniformes policiais, verdes e beges, saíam correndo atrás das crianças para confiscar as bolas. Grande parte saía em disparada - eu, inclusive -, mas alguns faziam os Graminhas de bobinhos, e a coisa não dava lá muito certo. Volta e meia um deles perdia a paciência. Se não me engano, usavam cassetetes! Eles eram agentes do poder público, dos quais se pode dizer que simbolizavam dois aspectos muito interessantes daquele tempo: o primeiro, a repressão do regime, o império da ordem na ótica militar. Em segundo lugar, a vida comunitária de uma cidade organizada e bem cuidada, que acabara de surgir. Brasília era cidade modelo, com belas áreas verdes, trânsito organizado, serviços públicos de qualidade. E, para quem tinha muito, não sobrava; para quem tinha pouco, não faltava. Os Graminhas me davam pesadelo, pois eu era muito pequeno e um tanto medroso. Para aqueles que eram um pouco mais velhos e debochados, aquela repressão se transformava em diversão. Para uns e outros, com certeza, aquelas são lembranças boas de uma cidade que não sabemos onde foi parar. Depois de publicar esse texto pela primeira vez - um pouco diferente, e se encerrando no parágrafo anterior - os comentários saudosos, melancólicos e desesperançados fizeram-me ter um sonho. Reuniram-se na Esplanada dos Ministérios todos os Graminhas e todas as crianças. Fez-se um exército enorme. As crianças, ajudadas pelos Graminhas, vestiram-se com aqueles uniformes beges e verdes - sem os cassetetes. As Kombis foram chegando às centenas e todos entramos nelas, juntos. Partimos em direção ao Palácio do Buriti e à Câmara Legislativa. Ao chegarmos lá, colocamos para fora aqueles que hoje destroem os nossos gramados. Juntos, Graminhas e crianças, restabelecemos a beleza, a segurança, e a organização de Brasília. E, porque não deixamos mais que o dinheiro público fosse desviado para alguns poucos, estes pararam de enriquecer ainda mais, enquanto os mais pobres voltaram a ter acesso à saúde e educação de qualidade. Vamos nos unir, Graminhas e sempre crianças da capital da esperança! Coloquemos para fora, no mês de outubro, os usurpadores de nossos gramados. Vamos nos unir, Graminhas e crianças, crianças de ontem e de hoje, da capital da esperança! Coloquemos para fora, no mês de outubro, os usurpadores de nossos gramados. Mais sobre Brasília Outros textos sobre eleições 2014 Nosso jornalismo precisa da sua assinatura
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