Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. O irônico paradoxo da indústria gráfica

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

O irônico paradoxo da indústria gráfica

Congresso em Foco

9/1/2014 | Atualizado 11/1/2014 às 8:49

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
Fabio Arruda Mortara* Entre janeiro de 2007 e novembro de 2013, a indústria gráfica brasileira investiu US$ 10,45 bilhões em máquinas, equipamentos e processos, equiparando-se em qualidade e padrão tecnológico às melhores do mundo. Reflexo desse avanço observou-se no Concurso Latino-americano de Produtos Gráficos Theobaldo De Nigris 2013, no qual os impressos de nosso país ganharam de goleada, e também em certames como o promovido pela Printing Industries Of America (PIA), considerado o mais importante no plano internacional. Neste, também temos ganhado vários prêmios de excelência. No entanto, a balança comercial do setor, que também deveria ser premiada por esse salto tecnológico e de qualidade, que em qualquer nação iria converter-se em imenso ganho competitivo, sofreu uma dramática virada. Paradoxal e ironicamente, no mesmo período em que fez o expressivo investimento, a indústria gráfica viu seu desempenho no comércio exterior cair de um superávit de US$ 64,46 milhões, ao cabo do ano de 2006, para um déficit de US$ 253,11 milhões, no acumulado de janeiro a novembro de 2013. Em 2012, o saldo negativo havia sido de US$ 229,01 milhões. Os números evidenciam uma desconfortável realidade: livros brasileiros, embalagens de nossos alimentos e outros produtos gráficos estão sendo impressos no exterior, sacrificando empregos que poderiam ser gerados aqui, reduzindo a arrecadação de impostos e mitigando os investimentos.  Os reflexos são terríveis para os resultados totais do setor: no terceiro trimestre de 2013, a sua produção encolheu 5,4% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o terceiro trimestre de 2012, a queda acumulada é de 9,3%. Com base nessas estatísticas, a projeção para 2013 é de um recuo de 5,6%, em comparação com 2012. Ante a crescente perda de competitividade, a indústria gráfica brasileira entende serem razoáveis algumas medidas que tem pleiteado, como a isenção de PIS/Cofins para a impressão de livros, prioridade para obras rodadas em gráficas brasileiras no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), margem de preferência para impressos nacionais nas compras do governo e desoneração do IPI e PIS/Cofins dos materiais escolares. Não se trata de protecionismo ou qualquer privilégio, mas sim de diminuir um pouco a desvantagem competitiva em relação a outros países, que vão tomando conta de nosso mercado. A perda paulatina da capacidade de competir, que não atinge apenas a indústria gráfica, mas numerosos setores da manufatura, agrava-se ante alguns problemas mais recentes: o péssimo resultado da balança comercial em 2013; o fator agregado a este do saldo bastante negativo das transações em contas correntes nas operações do Brasil com o exterior; e as manobras contábeis nos ajustes fiscais do governo federal. Tudo isso, somado à infinita postergação das reformas tributária, previdenciária e trabalhista, conspira contra a retomada dos investimentos e a favor do aprofundamento das desconfianças. O Brasil ainda desfruta de alguns indicadores positivos, remanescentes de alguns bons momentos de sua economia nos últimos anos: taxa de desemprego dentre as menores do mundo; reservas cambiais em torno de US$ 400 bilhões; saúde do sistema financeiro; e mercado consumidor ampliado pelo bem-sucedido processo de inclusão e ascensão socioeconômica. Entretanto, estamos colocando tudo isso em risco. Não há ânimo empreendedor que se mantenha inabalável ante a transformação de investimentos de US$ 10 bilhões em déficit comercial setorial de US$ 229 milhões, como ocorreu com as gráficas. É um irônico paradoxo! *É presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (ABIGRAF Nacional) e do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (SINDIGRAF) e coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem (Copagrem) da Fiesp. Outros textos sobre impostos Nosso jornalismo precisa da sua assinatura
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

impostos Fórum indústria gráfica déficit comercial

LEIA MAIS

Acessibilidade

Comissão aprova isenção fiscal para equipamentos de acessibilidade

AGENDA DA SEMANA

Veja cinco assuntos na mira do Congresso na semana antes do recesso

TENSÃO DIPLOMÁTICA

Deputado apresenta moção de repúdio contra tarifa de Trump

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

JÚRI DE JORNALISTAS

Conheça o time de jornalistas que vota no Prêmio Congresso em Foco

2

Revisão

Haddad diz estar aberto a flexibilizar mudanças no seguro-defeso

3

Ocupação da Câmara

Deputado que ocupou Câmara pede punição até para ele mesmo

4

PLATAFORMAS DIGITAIS

Após vídeo de Felca, Lula enviará ao Congresso projeto sobre big techs

5

EXTRADIÇÃO

Zambelli passa mal em audiência e julgamento na Itália é adiado

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES