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Congresso em Foco
11/4/2008 | Atualizado 14/4/2008 às 0:00
Márcia Denser*
A gravidade da atual crise econômica nos Estados Unidos e seus desdobramentos mundiais significa que a desregulação dos mercados e o neoliberalismo estão se esgotando, só que aqui no Brasil ainda não nos demos conta disso e por quê?
Em primeiro lugar, porque os jornalões, a grande mídia e as elites financeiras não deixam, em segundo porque, em cem anos, pela primeira vez na História, com a alta dos mercados de grãos, alimentos, gado, matérias primas, os países do G20, a América Latina e, sobretudo, o Brasil vão se dar bem.
De bolha em bolha desde 90, o dinheiro fictício neoliberal está dançando e este pode ser o começo do fim da hegemonia norte-americana. A belicosidade bushiana contra o mundo árabe não passou duma contra-medida irresponsável. Ora, a dívida externa norte-americana foi comprada precisamente pelos chineses e pelos árabes. Que apostaram mais no euro e numa cesta de diversas moedas na qual o dólar era só mais uma.
A crise subprime, a crise do dólar e seu contágio global eram esperados há muito tempo. O capitalismo não pôde e não soube como neutralizá-la, apesar de que era evidente desde o final de 2006. A especulação, o lucro e a ganância provocaram uma cegueira dogmática poucas vezes vista na teoria econômica capitalista. Trata-se de um episódio circunstancial na história econômica, ou da evidência que demonstra o esgotamento de um modelo?
Acreditamos que a segunda é a questão central. O capitalismo imperial foi vítima das suas próprias contradições. Promoveu o neoliberalismo, primeiro esgotou a nós, no sul, e agora estão provando os efeitos da sua própria receita.
Mas, é claro, uma coisa é uma crise financeira e econômica nos EUA e outra muito diferente uma crise nos países subdesenvolvidos. Contudo, hoje, pela primeira vez em séculos, a previsão é que a crise tenha um contágio parcial. A América Latina não entrou no jogo dos bônus lixo, produz o que o mundo precisa, reduziu seu sistema financeiro, em grande parte mais racional e rompeu os laços que a mantinham atrelada às organizações internacionais de crédito.
Enquanto isso, a expansão financeira do Primeiro Mundo esgotou seu ciclo e dá a impressão de que a situação não será revertida em pouco tempo. Contudo, esta não é somente uma crise econômica, senão que é, também, uma crise de hegemonia.
Os dados mostram uma perda progressiva de espaço econômico dos Estados Unidos, que se traduz em uma perda progressiva de poder. É provável que o relançamento da expansão militar tentou ser o antídoto dessa crise de poder que os dados econômicos de hoje começam a mostrar.
O surgimento do BRIC e a afirmação soberana de outros países, apesar dos Estados Unidos, configuram um cenário futuro totalmente diferente do que conhecemos. É provável que estejamos nos dirigindo para um mundo policêntrico, no qual os EUA sejam apenas um a mais, poderoso, não há dúvida, mas em um mundo em que as economias, as moedas e o poder global sejam mais equilibrados entre diversos centros regionais.
O sistema financeiro que conhecemos esgotou uma modalidade de rapina, desconhecida pela grande maioria do povo, mas que afeta a todos nós, apesar de não sabermos direito como funciona. Afinal de contas, como dizia Henry Ford: “É bom que o povo não entenda nosso sistema bancário e monetário, porque se entendesse acho que haveria uma revolução antes de amanhã”.¹
¹In Os Estados Unidos e sua crise econômica por Fernando López D’Alesandro – Rebelión.
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