Eleições 2024
Erro de digitação faz comerciante "doar" R$ 170 bi para campanha do marido
A soma exorbitante da doação de Anelisa, no entanto, trata-se de um claro erro de digitação. Procurado pela reportagem, Danilo Trevisan informou que o valor real da doação foi de R$ 1.700.
Congresso em Foco
18/9/2024 | Atualizado às 15:23
A-A+
Urna eletrônica testada pelo TSE em 2023. Foto: José Cruz/Agência Brasil
A comerciante Anelisa Comunhão, de Porto Ferreira (SP), aparece como a maior doadora destas eleições. O valor registrado, segundo a atualização desta quarta-feira (18) do ranking do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os maiores doadores, é de R$ 170 bilhões para Danilo Trevisan (PSB), candidato a vereador do município.
A "doação" de Anelisa, esposa de Danilo, superou em muito os R$ 6 milhões do empresário Rubens Ometto, que aparecia em primeiro lugar até ontem (17). O dono da Cosan distribuiu o valor para 69 beneficiários, entre diretórios dos partidos e candidaturas.
A soma exorbitante da doação de Anelisa, no entanto, é resultado de um erro de digitação. Procurado pela reportagem, Danilo Trevisan informou que o valor real da doação da esposa foi de R$ 1.700. O candidato disse que vai procurar o contador do partido para corrigir a informação.
"Vou conversar com o contador porque é um erro muito claro. Tive uma doação de R$ 1.700 da Anelisa. Vou conversar com ele para ver o que aconteceu lá, se está tudo certo", respondeu Danilo.
O erro, de acordo com o contador, aconteceu porque digitou o valor doado mais o número do CPF da doadora, informação confirmada ao verificar o cadastro de pessoa física de Anelisa que aparece no site. Localizado a 230 km de São Paulo, Porto Ferreira tem 53 mil habitantes. Dados como esse podem ser consultados na plataforma 72horas, que compila dados do Divulgacand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Este não é o primeiro erro de digitação em doações neste ano. O portal Metrópoles revelou no início deste mês uma "doação" de R$ 490 milhões de uma servidora pública aposentada de Canoas (RS). Na ocasião, o valor registrado correspondia ao mesmo número do CPF da doadora. O equívoco do registro havia sido feito pelo contador.
Veja:
A reportagem contatou o TSE para saber quais são os procedimentos a serem tomados em casos de valores digitados errado, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto.
