Dinheiro do pré-sal não deve cair no ralo da economia, diz Lula

Renata Camargo

O presidente Lula disse nesta segunda-feira (19) que o dinheiro proveniente da exploração de petróleo da camada do pré-sal não deve ser "jogado no ralo da economia normal". Em entrevista ao programa Café com o Presidente na manhã de hoje, Lula afirmou que os recursos do pré-sal não devem servir para "custeios dos governantes", mas para investir em educação e outros setores.

"O que nós queremos é fazer investimento no futuro, investir em educação, em ciência e tecnologia, na questão da saúde, na questão cultural, na questão ambiental", afirmou. "A médio prazo, significa a consolidação da independência do Brasil, do crescimento econômico do Brasil", disse sobre a extração de petróleo na camada de pré-sal.

Na semana passada, Lula visitou as instalações de uma plataforma no campo de Baleia Franca, no Espírito Santo, onde foi feita a extração do primeiro óleo da camada do pré-sal. Na entrevista, o presidente enfatizou ainda que o patrimônio proveniente do pré-sal não é do governo nem da Petrobras, mas "um patrimônio do povo brasileiro".

"O povo tem que compreender o seguinte: esse é um patrimônio dele; não é do governo, não é da Petrobras, esse é um patrimônio do povo brasileiro", disse.

Emprego

No programa, ao comentar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que apontam o aumento no número de empregos com carteira assinada neste semestre, Lula afirmou que "a economia brasileira está vivendo um momento excepcional". O presidente defendeu que se o país continuar nesse ritmo de crescimento chegará ao final do ano com dois milhões e meio de empregos criados.

"Os números mostram que, enquanto o mundo inteiro vive uma situação de desemprego, nós conseguimos, nos primeiros seis meses do ano, criar mais de 1 milhão e 400 mil novos empregos com carteira assinada. Esse número é extraordinário", disse Lula, atribuindo o bom momento às medidas anti-crise adotadas pelo governo no ano passado como a desoneração de impostos e o incentivo à produção.

O presidente afirmou que esse crescimento da economia, no entanto, deve ser em parte contido, para evitar a inflação. Segundo Lula, desde março o governo vem tomando medidas para isso. "A economia estava crescendo de forma muito forte, e quando a economia cresce muito, que a demanda fica muito forte e que as pessoas começam a comprar mais do que aquilo que a gente tem capacidade de produzir, a gente tem de volta uma coisa chamada inflação (...), nós precisamos controlar isso", defendeu.

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