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O poder limpo é possível

Congresso em Foco

3/3/2010 6:20

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João Vieira*

Constitui fato estranhável a dominância, mesmo em boas rodas, do sentimento de impossibilidade de uma tipologia limpa e digna de poder; a descrença na viabilidade do mando polarizado e consistente, coerente, votado à eficácia sem menosprezo pelo ideal da prestação ou senso do serviço! Poder efetivo, exercido sem a corrupção por espúrios interesses ou o descaminho da arbitrariedade; não negligente e tendo por escopo (fundamental) o bem comum, no tanto que altruísta! Poder, reafirme-se, regulado pela noção de serviço e ideal da prestação.  
 
Seja aqui tomado em conta todas as formas, graus ou abrangência de poder, desde o inconteste "pátrio poder", àquel'outro não exatamente natural que advém de expressa vontade social de legítimo fundamento. E o poder pode, sim, ser exercido consistentemente de forma polarizada e dura, eficaz, com dignidade! Ao contrário, aliás, do que diz um Frei Betto, cronista-pensador, religioso, taxativo em afirmar que todo poder induz à corrupção. Certo estava o revolucionário Guevara, que formado médico valorizou, sobremaneira, instituto do poder, havendo cunhando a célebre divisa: "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás". 
 
A questão do poder correto, ou seja, exercido de forma digna, ética e eficaz, não só se constitui numa possibilidade (e necessidade), como realidade recorrente - ainda que pontual - em ocasiões que vão das eras arcaicas de convívio tribal, primitivo, à Antiguidade Clássica materializada história. Assim, documentos registram o caso exemplar de Cincinatti, estadista chamado a exercer a "ditadura" em Roma para "pôr ordem na casa" e que, realizado o intento, recolhe-se ao seu arado para as lides agrícolas!

Igualmente, também, com certos patriarcas e líderes comunitários ou caciques tribais, como no caso do célebre chefe nambikwara Katunkolosu, que guiou seu povo para o convívio pacífico (mas autônomo) com a frente de colonos. E obviamente políticos do quilate de um Juscelino Kubitschek de Oliveira, que anistiou militares então rebelados contra seu governo, entre outras medidas de alcance, verdadeiramente exemplares, de sua gestão realizadora! Note-se que Kubitschek teve força moral suficiente para zerar a repressão em plena vigência da "guerra fria" do proscrito PCB, tendo franqueado audiência e trânsito livre ao líder radical Luís Carlos Prestes, acolhido amistosamente em visita à grande concentração operária, que era a metalúrgica de Volta Redonda (Posso, aliás, dizer disso com propriedade, pois do mencionado episódio, ou acontecimento, fui testemunha).
 
A lista é longa, e incontáveis - felizmente - são as categorias de dirigentes vocacionados, verdadeiramente aptos a exercer o dom ou missão de timoneiro; de guia ou condutor limpo e ético, produtivo, eficaz, de maneira a honrar, enobrecer tanto o seu segmento de expressão funcional quanto a coletividade em seu todo - senão mesmo a espécie humana! Não por acaso e bem sintomático é o fato de estar consignado na Bíblia que "todo poder vem Deus" (Rom. XIII, 1).
 
Numa ilustração grandiloquente seja trazido à lembrança o soberbo feito do estadista bretão Winston Churchil, que na hora mais crítica de sua nação, nunca dantes vivida e quando só tinha para oferecer "sangue, suor e lágrimas", logrou ele unir sua gente no esforço de guerra contra o inimigo nazi, numa das mais edificantes e emblemáticas performance  poder. Conclua-se com o irretocável exemplo de nosso estadista-patriarca, José Bonifácio de Andrada e Silva, que cientista-naturalista, humanista e de quebra, indigenista-precursor, cumpriu seu papel ou a missão de tutor do imperial infante, teorizando, entrementes, sobre poder: "A sã política é filha da moral e da razão". 
 
* João Vieira é sociólogo e foi diretor do Museu Rondon, da Universidade Federal do Mato Grosso UFMT). Na elaboração deste artigo, ele contou com a colaboração da jornalista Mariângela Zan.

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