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Congresso em Foco
1/7/2009 16:35
Fábio Góis
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), encerrou há pouco a ordem do dia em sinal de respeito à morte do deputado Dr. Pinotti (DEM-SP), ocorrida na madrugada desta quarta-feira (1º). Antes, Sarney pediu um minuto de silêncio, pouco antes das 16h, aos poucos senadores que compareceram ao plenário, no que foi atendido. Tanto Câmara quanto Senado decidiram suspender as votações do dia por causa do falecimento.
"Na minha casa, o Dr. Pinotti era santo de altar. [O escritor] Rainer Maria Rilke dizia, quando soube da morte do Rodin, que tinha a sensação de um grande vazio e que todos os grandes homens já tinham morrido. Neste momento, também sinto um grande vazio", discursou Sarney, informando que só compareceu ao plenário por causa da morte do deputado. "Tenho a oportunidade de, neste momento, colocar em votação o requerimento para que a sessão seja suspensa e para que observemos um minuto de silêncio em sua memória."
O corpo do deputado está sendo velado na Faculdade de Medicina da USP, com a presença de alguns parlamentares. O enterro está marcado para as 17h no Cemitério da Consolação, também na capital paulista. Deputados e senadores decidiram se reunir para realizar votações apenas amanhã (quinta, 2), tanto em plenário como nas comissões.
Pressão
O encerramento da sessão na Câmara é praxe: não há sessões deliberativas na Casa toda vez que morre um de seus membros. Mas no Senado o encerramento das atividades teve um caráter de conveniência para Sarney. Em meio às pressões de diversos partidos por seu afastamento da presidência, o peemedebista tem evitado presidir as sessões plenárias, repassando a tarefa para o vice-presidente, Marconi Perillo (PSDB-GO).
Leia: Oposição pressiona Sarney a deixar a presidência
Sarney tem evitado até mesmo manifestações de apoio por parte de outros partidos. Durante a sessão não deliberativa desta quarta-feira (1º), impediu que o PR lesse em plenário uma nota em que o partido recorre ao princípio constitucional da legalidade para defender sua permanência na presidência. Sarney evocou a morte de Pinotti para alegar que o momento não era adequado para o ato. Na verdade, Sarney queria evitar que a discussão se mantivesse em pauta, ao menos hoje.
"O Partido da República rejeita de forma definitiva a personificação da crise porque entende que somente ao presidente do Congresso Nacional e do Senado Federal, senador José Sarney, cabe decidir, de per si, sem peias ou imposições, sobre o posicionamento pessoal e político que deseja adotar diante dessa crise sem precendentes. (...) a Mesa Diretora do Senado Federal deve promover imediata e integralmente a reestruturação administrativa daquela Casa Legislativa e apurar responsabilidades (...)", diz trecho da nota não lida do PR, assinado por Expedito Júnior (RO), Magno Malta (ES), João Ribeiro (TO) e César Borges (BA).
Hoje (quarta, 1º), a bancada do PT, que tem em Sarney um dos principais aliados no Parlamento, reuniu-se com o senador e sugeriu um afastamento providencial de 30 dias, até que as investigações sobre os atos administrativos secretos e demais irregularidades praticadas pela alta direção da Casa fossem concluídas. Mas Sarney recusou a proposta, alegando que não pode assumir a culpa por ações praticadas ao longo das últimas duas décadas por servidores diversos, com o aval de senadores de diversos partidos.
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