Nova gripe atingiu situação de pandemia, diz OMS

Fábio Góis

A Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de anunciar que a nova gripe A (H1N1) alcançou a condição de pandemia, ou seja, tornou-se um problema de saúde pública de proporções mundiais. Por meio de teleconferência realizada hoje (quinta, 11) na Suécia, o comitê de urgência da OMS, no entanto, explica que isso não quer dizer que o vírus se tornou mais letal. Trata-se da primeira epidemia internacional de gripe em 41 anos.

A OMS aumentou a classificação de risco do vírus do nível cinco para o seis, o mais alto índice de alerta da escala de endemias. Entre outras regiões do planeta, Europa, América do Sul, Estados Unidos e Austrália registraram aumentos significativos da doença nos últimos dias, o que levou a organização a decretar a situação de pandemia.

Em entrevista coletiva concedida no início da tarde de hoje (11), a ministra interina da Saúde, Márcia Bassit, disse que a situação da doença no país está "completamente sob controle". Segundo Márcia, a principal preocupação das autoridades de saúde do país é evitar o contágio entre brasileiros, e que medidas de contenção estão sendo executadas nas regiões com casos de infecção registrados.

"Nossa vigilância permanece atenta nos portos, aeroportos e zonas de fronteira para detectar os casos suspeitos e encaminhar as pessoas para diagnóstico e tratamento adequado. Há quantidade suficiente de medicamentos para atender à demanda", disse Márcia, ao enfatizar que o índice de transmissão no Brasil é limitado "e sem sustentabilidade".

No Brasil, de ontem (10) para hoje os casos confirmados da gripe subiram de 43 para 52, sendo que 55 outros casos suspeitos estão sob acompanhamento. "Não há motivo para medo ou pânico. Trata-se de uma doença com pouca repercussão clínica. Mais de 99% dos casos não evoluem para óbito", tranquilizou o diretor de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage.  

No momento, 27.737 casos de infecção pela nova gripe estão registrados na OMS, referentes a 74 países. Os EUA são o país como o maior número de casos oficialmente registrados de infecções: 13 mil. Em seguida vem o México, origem da pandemia, com cerca de seis mil registros. Ao todo, 141 pessoas morreram em decorrência do vírus, cuja doença foi inicialmente chamada de gripe suína.

A OMS divulgou comunicado em que considera a pandemia "moderada em sua severidade", e conclamou as nações a não bloquear suas fronteiras ou restringir comércio e turismo.