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Congresso em Foco
10/10/2010 15:00
Fábio Góis
O enfrentamento na televisão entre os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) será o primeiro no segundo turno destas eleições. No debate que a TV Bandeirantes promoverá neste domingo (10), às 22h, com transmissão ao vivo para todo o Brasil, a petista e o tucano tentarão convencer uma boa parcela dos 19,6 milhões de elitores de Marina Silva (PV) e para buscar a vitória nas urnas em 31 de outubro.
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Será o primeiro encontro entre Dilma e Serra desde o domingo (3) de votações. Frente a frente, diz a diretoria de Jornalismo da Band, "as regras do debate vão permitir que cada um explique em detalhes o projeto de Brasil que propõe".
Um sorteio, com a presença de assessores das respectivas campanhas, definiu regras e a ordem de intervenções de ambos os candidatos no debate, que será mediado pelo jornalista Ricardo Boechat, que já havia dirigido o primeiro encontro. Considerado morno, aquele debate antecedeu as votações de primeiro turno e reuniu também Marina e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL).
O programa será dividido em cinco blocos. No primeiro, Dilma e Serra responderão à mesma pergunta a ser feita por Boechat. O restante do debate servirá para que candidatos se revezem entre perguntas e respostas, com interferência do jornalista apenas para orientações quanto ao tempo de fala (réplica e tréplica), aos procedimentos eventuais (como direito de resposta por ofensa pessoal) e aos intervalos. "Serão 40 momentos em que os candidatos farão perguntas e respostas, livremente. O ganho para o debate é evidente", observa o diretor nacional de Jornalismo da TV Bandeirantes, Fernando Mitre.
Serão duas horas de exposição de propostas, provocações de lado a lado, contraposição de ideias - e, espera-se, respostas evasivas, irônicas, engraçadas. "As regras mais livres garantem mais tempo para os candidatos e menos interferência", diz o núcleo jornalístico da Band.
Paz, amor e aborto
Tanto Dilma quanto Serra devem evitar um confronto agressivo, com ataques pessoais. Para diversos jornalistas que acompanham o cotidiano dos candidatos, a probabilidade é que prevaleça a escolha por apresentação de propostas, comparação entre governos, principalmente pelo lado petista, abordagem de fragilidades das gestões Lula (saneamento básico, crise nos Correios, fraudes na Casa Civil) e FHC (privatizações, dependência do FMI, disparidade de classes) e a ênfase nas realizações positivas das respectivas gestões.
Estimulada pela liderança apontada na mais recente pesquisa Datafolha, Dilma certamente evitará o tema aborto - considerado pela campanha petista como uma das principais ameaças, em razão dos milhões de eleitores católicos e evangélicos contrários à prática. Mas vai ter de enfrentar o assunto. Sem partir para a defesa rancorosa, a petista deve sublinhar que, seguindo discussões em congressos do partido, com o aval de intelectuais da legenda e setores da classe média, o aborto deve ser tratado como "questão de saúde pública", o que está previsto no atual Plano Nacional de Direitos Humanos.
Embora já tenha declarado o contrário, Dilma dirá mais uma vez que, pessoalmente, é contra o aborto, mas que, como presidenta, deve observar o caráter laico do Estado e manter a legislação vigente, restritiva ao procedimento.
No PSDB, a ordem também é de paz e amor. Os tucanos estão com o cuidado de repetir o embate de segundo turno, travado em 2006, entre o então candidato Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente Lula (PT), que tentava a reeleição. Na época, Alckmin caiu nas provocações petistas e partiu para a estratégia agressiva, postura essa que, revelaram pesquisas, foi mal avaliada pelo eleitorado.
Obviamente, Serra abordará as denúncias de tráfico de influência na Casa Civil, que levou à demissão da ministra Erenice Guerra, ex-braço-direito de Dilma. O tema, que foi apontado como uma das causas que provocaram o segundo turno - além do fenômeno Marina Silva -, será cuidadosamente diluído nas intervenções de Serra, no transcorrer de suas respostas, de maneira que não pareça provocação gratuita e insistência em um tema em detrimento de outros mais importantes.
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