Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
22/7/2010 6:00
A reforma do Código Florestal tem sido feita a partir de uma teoria da conspiração "bizarra". A avaliação é do conselheiro da Suíça Consulting Group, sediada no Rio de Janeiro, Johannes van de Ven. Em artigo publicado nesta semana em seu blog, Johannes defende que o lobby do agronegócio no Brasil "está se escondendo por trás da teoria da conspiração da interferência estrangeira nos assuntos internos".
O conselheiro afirma isso baseado em discursos adotados por parlamentares da bancada ruralista e pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). O comunista - que relatou a polêmica proposta de mudanças no Código Florestal, aprovada em comissão especial - tem defendido que ONGs ambientalistas no Brasil atuam em conluio com estrangeiros interessados em impedir o desenvolvimento do país.
No artigo, Johannes critica que para "Rebelo e seus colegas de Partido Comunista, o conceito de proteção das florestas ou a conservação é uma conspiração inventada pelos Estados Unidos e a União Européia para restringir o desenvolvimento econômico do Brasil". O conselheiro define a teoria de Aldo como "falaciosa e enganadora", além de ser "ruim para a economia global".
Os argumentos de Johannes foram parar em um blog norte-americano que projetou o ocorrido como "A Conspiração para abocanhar a Amazônia". Em seu blog, chamado Visionshare, o norte-americano Lou Gold afirma que "a velha política brasileira à espera dessa conspiração estrangeira teve um papel importante na construção de apoio para a revisão do Código Florestal".
Lou Gold começa seu artigo dizendo que desde que o botânico inglês Henry Wickham contrabandeou cerca de 70 mil sementes de seringueiras da Amazônia (na região de Santarém, no Pará, em 1876) para o Reino Britânico, os brasileiros ficaram suscetíveis a teses conspiratórias sobre tentativas estrangeiras de roubar o vasto tesouro da Bacia Amazônica.
"Tão focados eles estão no 'roubo estrangeiro' que teria sido difícil antecipar a crescente aliança da extrema esquerda com a extrema direita para abocanhar terra e florestas. Mas isso é o que exatamente aconteceu quando o Partido Comunista se combinou com a extrema direita 'ruralista' e o agronegócio para rever o Código Florestal brasileiro", analisa Lou Gold.
Enquanto Johannes conclui que as mudanças no Código Florestal não podem ser rebaixadas a teorias da conspiração, nem a relatórios como Farms Here, Forests There (Fazendas aqui, Floresta lá), Lou Gold encerra seu pensamento afirmando que "na verdade, a verdadeira conspiração para acabar com o tesouro da Amazônia não é encontrada em roubo de estrangeiros, mas na comum recusa da China e dos Estados Unidos para reduzir seus níveis absurdos de emissões".
Argumentar que ambientalistas brasileiros se limitam a defender interesses estrangeiros é reduzir o debate ambiental do país a um conluio vazio e de terceira categoria. Mas, por outro lado, dizer que não há espertos estrangeiros utilizando-se das mais baixas estratégias de mercado para aumentar a proteção daqui e ampliar a produção dali sem limites ambientais seria cegueira e até burrice.
Tags
Temas
LEIA MAIS
ENERGIA RENOVÁVEL
Governo impõe uso de energia limpa nova em projetos de exportação
Reforma Administrativa
SEGURANÇA PÚBLICA
Flávio Bolsonaro relata assalto na residência de seus avós no RJ
PEDIDO AO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
Moraes pede extradição de seu ex-assessor acusado de vazar informações
DESVIO DE APOSENTADORIAS
CPMI do INSS começa com disputa política e possível convocação de Lupi