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Congresso em Foco
17/1/2010 6:20
[/caption]Renata Camargo
Os opositores do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), investigado pela Polícia Federal por comandar um esquema de corrupção e propina, querem agilizar nesta semana a vinda do ex-secretário do DF Durval Barbosa para depor na CPI do Mensalão. A intenção é que o delator do esquema possa comparecer à comissão parlamentar de inquérito já na próxima quinta-feira (21).
Durval é o responsável pelas gravações dos vídeos que detonaram o esquema de corrupção no Distrito Federal. É a principal testemunha e colaborador do Ministério Público e da Polícia Federal. A aposta é que Durval dê novos detalhes comprometedores do esquema, e acabe, assim, enfraquecendo a estratégia de proteção a Arruda organizada por sua base.
As denúncias de Durval deram origem às investigações da Operação Caixa de Pandora. Entre os investigados, está o governador Arruda, o vice-governador do DF, Paulo Octávio (DEM), e o presidente da Câmara Legislativa do DF, deputado Leonardo Prudente (sem partido), que ficou conhecido por colocar dinheiro de propina na meia.
Prudente e outros deputados investigados pela Operação Caixa de Pandora têm barrado as investigações contra Arruda na Câmara Legislativa. O órgão é responsável por analisar os pedidos de impeachment contra o governador do DF.
Na terça-feira (19), deputados distritais do PT, partido de oposição a Arruda, vão se reunir com o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, para discutir os meios para trazer Durval à CPI. Durval está protegido pelo Programa de Proteção às Testemunhas e, provavelmente, terá que ser ouvido nas dependências da PF.
Leia tudo sobre a Operação Caixa de Pandora
Impeachment já para Arruda e Paulo Octávio!
Impedimento
No início desta semana, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal deve decidir sobre o impedimento dos deputados investigados de participar do processo de análise dos pedidos de impeachment contra Arruda. Na sexta-feira (8), o Ministério Público do DF propôs uma ação civil pública com pedido de afastamento dos distritais investigados. O intuito é assegurar a isenção no processo de julgamento.
Segundo a assessoria do vice-presidente da Câmara Legislativa, deputado Cabo Patrício (PT), o parlamentar aguarda o posicionamento do TJ para avaliar se serão necessárias novas providências para afastar os distritais envolvidos. O vice-presidente espera que a decisão do Tribunal de Justiça seja dada até a próxima terça-feira.
Os deputados e suplentes alvos de investigação da Operação Caixa de Pandora e passíveis de afastamento são Aylton Gomes (PR), Benedito Domingos (PP), Benício Tavares (PMDB), Eurides Brito (PMDB), Júnior Brunelli (PSC), Leonardo Prudente (DEM), Rogério Ulisses (PSB), Roney Nemer (PMDB) e os suplentes Berinaldo Pontes (PP) e Pedro do Ovo (PRP).
Eleições
A disputa entre base e oposição no Distrito Federal tem aumentado com a proximidade das eleições de outubro. Arruda, que pediu afastamento do antigo partido, o DEM, permanece fora da corrida eleitoral por estar sem legenda. A estratégia do DEM era buscar preservar o vice-governador, Paulo Octávio, para que fosse, então, o candidato do partido ao governo. Mas, segundo informações do jornalista Luiz Carlos Azedo, do Correio Braziliense, Paulo Octávio já comunicou ao DEM que não disputará a eleição. Com sua família, o vice-governador resolveu evitar a disputa eleitoral como forma de preservar sua reputação e seus negócios.
Sem os possíveis candidatos à reeleição, a disputa ao governo do DF deverá ficar polarizada entre o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), possível candidato a governador, e o pré-candidato do PT, Agnelo Queiroz. Roriz terá dificuldade em compor com partidos que fazem parte da base aliada de Arruda. Ex-peemedebista, Roriz deixou a legenda por desentendimento com colegas de partido. O DEM considera que Roriz está por trás das denúncias feitas por Durval, posição que é compartilhada também pelo PSDB.
Tirado o DEM do páreo, opositores de Arruda agora suspeitam que inicia-se um movimento para buscar desgastar também o candidato do PT, Agnelo Queiroz. Reportagem do Correio Braziliense deste sábado (16) revela que Agnelo teria tomado conhecimento prévio dos vídeos de Durval. Agnelo confirmou que, de fato, encontrou-se com Durval e viu as imagens que flagram o esquema de Arruda em funcionamento antes da Operação Caixa de Pandora ser deflagrada. Viu e, diante das evidências de crime, nada fez. O petista afirma que não protocolou representação ao Ministério Público ou à PF, porque avaliou que "apenas Durval poderia fazer a denúncia", uma vez que todas as provas estavam com ele.
"É uma tentativa clara de envolver o PT nessa coisa toda e intimidar um partido que está fazendo a oposição e pressionando como tem pressionado. É uma tentativa de desconstruir essa oposição. Isso significa que a oposição tem incomodado", acusa a deputada distrital Erika Kokay (PT).
Fora Arruda
Enquanto a base aliada do governo tenta impedir a evolução das investigações contra Arruda na Câmara Legislativa, manifestantes de movimentos que defendem o impeachment do governador mantêm a agenda de protestos. Neste domingo (17), um grupo de manifestantes fará uma carreata, a partir das 14h, com destino à casa do deputado Júnior Brunelli. O parlamentar aparece em vídeo fazendo uma oração, que ficou conhecida como "oração da propina".
Veja o vídeo da "Oração da propina" de Brunelli:
Na segunda-feira, às 11h, o movimento Fora Arruda realizará protestos no stand de vendas de apartamentos no Setor Noroeste. A aprovação do projeto de criação do novo bairro de Brasília foi feita em meio ao esquema de corrupção investigação pela Caixa de Pandora. (Mais informações sobre a agenda de manifestações pelo blog Fora Arruda e Toda Máfia e no twitter do movimento).
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