Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
20/5/2009 17:25
Mário Coelho
O deputado Edmar Moreira (sem partido_MG), ao apresentar sua defesa no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, engrossou a voz e disparou contra os ex-colegas de partido. Ele, que enfrenta processo de cassação por uso indevido da verba indenizatória, fez várias críticas aos deputados ACM Neto (DEM-BA), corregedor da Casa, e Solange Amaral (DEM-RJ), que participa do conselho.
Para reforçar as críticas aos democratas, Moreira apresentou um requerimento de suspeição ao presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA). No documento, o parlamentar mineiro pede que os ex-colegas sejam declarados suspeitos e não participem da análise do seu caso. "Eles vêm utilizando mecanismos cínicos e mentirosos para me difamar", disparou Edmar.
O requerimento se baseia em três argumentos. O primeiro seria a determinação do DEM em tomar a segunda presidência dele. Em fevereiro, Moreira se elegeu segundo vice-presidente e corregedor da Câmara como candidato avulso, derrotando o nome indicado pelo próprio partido. "Depois disso fui sumariamente expulso pelo DEM", afirmou.
Moreira argumenta tamém que integrantes do DEM passaram a usar a imprensa para agilizar sua cassação e que ACM Neto e Solange Amaral tem demonstrado todo o "ódio e sentimento de vingança" contra ele. "ACM Neto, como corregedor, frequentemente vazou informações sobre o andamento do meu processo. Ele foi meu algoz."
Defesa
Os ataques não ficaram restritos ao momento que Edmar apresentou o requerimento. Ele, no início da sua intervenção, destacou que, pela primeira vez, tem direito ao contraditório. "Agora posso dar satisfação e mostrar meus argumentos", disse. Ao pedir o arquivamento do processo, o deputado afirmou que não cometeu nenhum crime. Explicou que transferiu o castelo para um de seus filhos em 1993 em cartório e que a operação consta na declaração de imposto de renda daquele ano. "Eu fiz isso antes de entrar para a vida pública."
O deputado mineiro confirmou que a verba indenizatória foi usada para pagar despesas de segurança à sua própria empresa, e que essa possibilidade era permitida pela Mesa Diretora. "Nunca escondi que essa empresa era minha. Eu sou o único dos 513 deputados a ser julgado", afirmou.
"Minhas empresas, em quase 40 anos, já geraram mais de 68 mil empregos", disse o deputado ao justificar o uso da verba. Nesse momento, começou a disparar contra ACM Neto, que presidiu a comissão de sindicância que recomendou o processo contra Edmar. "Meus detratores foram colocados aqui pelos pais ou pelos avós. A maior parte da gente não pode competir com gente assim no mérito", atacou.
Para ele, a comissão de sindicância foi ilegalmente instaurada e produziiu acusações "irresponsáveis e levianas". Segundo o parlamentar, a comissão não poderia existir por ato do presidente. "A forma correta seria por ato da mesa", comentou. "Houve dolo, perseguição e maldade contra minha pessoa."
Suspeição
Durante a leitura da defesa, deputados criticaram a postura de Edmar em atacar os ex-colegas de DEM. José Carlos Araújo afirmou que iria permitir o amplo direito de defesa, mas que atacar AM Neto não fazia parte dela. Solange Amaral disse que estava ouvindo "a declaração de suspeição de um deputado que sequer está presente".
O deputado Ruy Paulette (PSDB-RS) lamentou que Moreira tenha adotado, como defesa, o ataque aos deputados. "Não concordo com a linha de defesa. Não dá para culpar os colegas. Pode declarar suspeição, mas nós precisamos saber os motivos", opinou.
O depoimento de Moreira, que terminou há pouco, durou aproximadamente três horas. Após o pronunciamento, José Carlos Araújo encerrou a sessão por conta da ordem do dia e convocou uma nova para a próxima semana.
Temas
PEC da Blindagem
Protestos deste domingo dividem reação de parlamentares nas redes
RELAÇÕES EXTERIORES
Estados Unidos impõem sanções contra esposa de Alexandre de Moraes
PEC da Blindagem
Ato contra PEC da Blindagem mobiliza manifestantes em Brasília