Polícia legislativa indicia ex-diretor do Senado
Congresso em Foco
19/5/2009 17:45
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Fábio Góis
A Polícia Legislativa do Senado distribuiu há pouco nota à imprensa informando o indiciamento do ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi. Segundo o diretor da polícia, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, as investigações ainda estão em curso e, até o próximo dia 28, quando encerra o prazo para a conclusão do inquérito, mais informações serão repassadas à Justiça Federal.
Zoghbi presta segundo depoimento à polícia do Senado
"Durante as investigações surgiram indícios de favorecimento, entre eles os de corrupção passiva e formação de quadrilha", disse Pedro. Segundo ele, caberá à Justiça e ao Ministério Público Federal - que também acompanha o caso - a abertura de processo criminal contra o ex-diretor.
A nota informa que, além de Zoghbi, estão formalmente indiciados o filho do ex-diretor de RH, Marcelo Zoghbi, e os sócios da empresa Contact Ricardo Nishimura Carneiro e Bianka Machado Dias.
A empresa Contact Assessoria de Crédito foi posta pelo filho de Zoghbi em nome da ex-babá da família - Maria Izabel Gomes, uma senhora de 83 anos. Segundo reportagem da revista Época, ela serviu como laranja de empresas que teriam sido beneficiadas em esquema de facilitação de operações de empréstimos consignados para servidores do Senado, mediante pagamento de propina.
Além da Contact, Maria aparece como dona das empresas DMZ Consultoria Empresarial e DMZ Corretora de Seguros, que continuam sob investigação da polícia legislativa. O esquema, de acordo com a denúncia, rendeu cerca de R$ 3 milhões aos Zoghbi.
Em depoimento prestado ontem (segunda, 18) à polícia do Senado, Marcelo Zoghbi admitiu ter posto a empresa em nome da ex-babá por questões de "relação de confiança". A revelação da manobra, segundo o filho do ex-diretor, teria causado uma rusga dentro da família. Observando os mais recentes desdobramentos, Pedro Ricardo disse não haver a participação de Zoghbi ou de sua esposa, Denise Zoghbi, na empresa Contact. "É muito prematuro dizer que a empresa era dele [Zoghbi]. E, até o presente momento, o nome dela [Denise] não aparece em lugar nenhum."
