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Caso Paula constrange autoridades de Brasília

Congresso em Foco

18/2/2009 | Atualizado às 21:24

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Os dicursos de autoridades políticas em Brasília sobre o suposto ataque à advogada Paula Oliveira, de 26 anos, que vive em Zurique, na Suíça, ganharam tom de constrangimento. O que no início foi tratado como caso de polícia para punição de xenofobia, agora é mesurado como um drama familiar, com ares de folhetim. De vítima, Paula foi alçada à investigada. Indiciada pela promotoria, está proibida de deixar aquele país e corre o risco de ser condenada a até três anos de reclusão. 

Exemplo do mal estar que se instalou entre as autoridades, é o depoimento do deputado Marcondes Gadelha (PSB-PB), que acompanhou o início das investigações como presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Em entrevista ao Congresso em Foco, o parlamentar pediu desculpas ao governo suíço por ter classificado, inicialmente, a ação da polícia de Zurique como “desinteressada.”

Os pronunciamentos, antes pautados por ataques à xenofobia, agora são marcados por palavras como “precipitação” e “distúrbio psicológico”. “O que sei é que não se pode execrar essa menina (Paula) em hipótese alguma. Ou ela diz a verdade e foi agredida, ou sofre de distúrbios profundos e graves. Em ambos os casos, é uma vítima”, ponderou Marcondes Gadelha.

O parlamentar explicou ainda que a advogada, que deixou um hospital em Zurique na última terça-feira (17), se recusa a falar sobre o caso, o que aumenta as especulações sobre uma farsa. “Ela fala muito pouco ou nada sobre o que aconteceu. Justifica o silêncio pelo estado de choque. O que aumenta a minha preocupação. Me parece que Paula tem dificuldade em encarar a realidade”, comentou o deputado.

Desculpas e constrangimento

Marcondes Gadelha chegou a dizer que se precipitou ao falar das autoridades suíças. “Peço desculpas porque vejo que errei. Dei declarações à imprensa do Brasil e de outros países dizendo que havia desinteresse por parte da polícia de Zurique em elucidar o caso.”

No gabinete do deputado Roberto Magalhães (DEM), em Brasília, pouco se fala sobre o assunto. O pai de Paula, o advogado Paulo Oliveira, é assessor do deputado no escritório político de Recife. Trabalha com Roberto desde a época em que ele foi governador de Pernambuco, de 1983 a 1986.

A aliança de trabalho, tornou-se amizade pessoal. Ao ser acordado pela filha às 4h da madrugada, Paulo Oliveira acionou o deputado e outros amigos influentes, como o senador Marco Maciel. Pediu ajuda para entrar em contato com o Ministério das Relações Exteriores e foi para Zurique ficar ao lado da filha.

Roberto Magalhães, não fala sobre o assunto. Não em entrevistas formais. Diz que se trata de uma questão de foro íntimo e dá o debate por encerrado. Segundo pessoas próximas ao parlamentar, ele acompanha o caso com perplexidade e tristeza, pela exposição e os rumos que a história da brasileira ganharam.

Questão de humanidade

O ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos, Pompeu de Mattos (PDT-RS), que enquanto ainda exercia o comando da comissão chegou a emitir uma nota oficial criticando fortemente a postura das autoridades suíças, hoje prefere classificar o caso como um “drama” que “merece ser tratado com humanidade”.

O pedetista afirma que todas as atitudes foram precipitadas. “Acho que resolver o caso da Paula virou uma questão de honra para a polícia suíça. O fato é que o tratamento que ela está recebendo pode até ser legal, mas não é humano”, sustenta, completando o raciocínio com a defesa da tese que “se a verdade é que tudo não passa de uma invenção, ela é doente e precisa de atendimento psicológico, não de prisão.”

Assistência

O Ministério das Relações Exteriores ainda não se pronunciou oficialmente sobre os últimos desdobramentos do drama de Paula. Mas continua acompanhando o caso de perto. Para auxiliar a cônsul-geral do Brasil em Zurique, Vitória Cleaver, o Itamaraty enviou um conselheiro que se encarregará de gerenciar as informações pedidas pela imprensa.

Até o momento, o ministério mantém o posicionamento anterior, que é de prestar assistência a Paula, em qualquer circunstância. Uma lista de nomes de advogados foram levados até a brasileira, que autorizou a designação de um defensor público para auxiliá-la no indiciamento.

A cônsul-geral sustenta que as relações entre Brasil e Suíça não foram abaladas pelo caso. Os brasileiros que vivem naquele país discordam. Temem o tamanho da repercussão, se for comprovado que Paula fantasiou a gravidez, o aborto e o ataque de neonazistas.

O caso e suas versões

Paula Oliveira afirmou no último dia 10 que havia sido atacada por três homens em uma estação de trem de Zurique. A brasileira disse que os homens pareciam neonazistas e que eles haviam feito cortes em seu corpo, imprimindo como cicatrizes as letras SVP, que indicariam a sigla de um partido suíço de ultradireita.

A história contada pela brasileira, que apresentou como prova da agressão mais de 100 cortes espalhados pelo corpo, começou a desmoronar quando a polícia daquele país afirmou, em entrevista coletiva, que a advogada não estava grávida no momento do suposto ataque e que, portanto, não havia sofrido aborto em função das agressões, como ela afirmara anteriormente. As autoridades suíças disseram ainda que trabalhavam com a hipótese de a brasileira ter se automutilado.

O ápice da crise envolvendo de Paula e seus familiares aconteceu na manhã de hoje, com o anúncio do Ministério Público suíço de que ela havia sido indiciada por fornecer falsa versão de crime e ter induzido a polícia ao erro. (Daniela Lima)
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