Para o deputado Fernando Ferro (PT-PE), a oposição na capital pernambucana quer ganhar a eleição “no tapetão”. De acordo com o petista, a cassação da candidatura de João da Costa (PT) à prefeitura de Recife, determinada na semana passada pela Justiça Eleitoral daquele estado, foi uma “ação política”.
“O cenário é de uma grande vitória no primeiro turno. Cassar a candidatura de João da Costa é querer, com uma canetada, alterar o sentimento da população”, explicou o parlamentar ao Congresso em Foco. “É uma tentativa de levar a disputa para o segundo turno”, avalia.
Líder nas pesquisas em Recife, João da Costa aparece com 48% da preferência dos eleitores. Por sua vez, o segundo lugar nas intenções do eleitorado recifense é Mendonça Filho (DEM), que conta com 22% da preferência.
Na terça-feira da semana passada, o juiz da 8ª Zona Eleitoral do Recife, Nilson Nery, determinou a cassação do registro da candidatura do petista após ser constatado “uso da máquina pública da Prefeitura do Recife para beneficiar a candidatura de João da Costa”.
De acordo com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), servidores da Secretaria de Educação de Recife foram “convidados” a participar da campanha do petista. Segundo os promotores, perícias nos computadores da pasta revelaram que detentores de cargos comissionados repassavam a agenda política de João da Costa, além de outras atividades da campanha.
João da Costa conseguiu uma medida cautelar suspendendo a decisão do juiz eleitoral e poderá disputar a eleição no próximo domingo (5).
Mandato em risco
Confiante de que a eleição na capital pernambucana vai para o segundo turno, o deputado Roberto Magalhães (DEM-PE) avalia que, caso o petista vença a eleição, seu mandato “está em risco”.
Baseado na denúncia do Ministério Público, Magalhães classifica o uso da máquina pelo petista como uma “desfeita”. Ao Congresso em Foco, o parlamentar destacou que o DEM poderá levar o caso a instâncias superiores, como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Já o deputado Fernando Ferro minimiza essa possibilidade, ressaltando que a cassação do mandato é uma “iniciativa frágil, que não resiste a uma análise primária”. “Por que não tiveram coragem de pedir a cassação do prefeito”, argumenta Ferro, em referência ao prefeito do Recife, João Paulo (PT). (Rodolfo Torres)