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Congresso em Foco
11/9/2008 | Atualizado às 15:00
Mário Coelho
Em entrevista concedida por e-mail ao Congresso em Foco, o empresário Acir Gurgacz atribui os cerca de 200 processos a que responde na Justiça ao porte de sua principal empresa, a Eucatur, e à inveja de seus concorrentes. Já as denúncias de estelionato, segundo ele, têm motivação política.
“Não há nenhuma procedência nas supostas alegações de estelionato. Só depois do envolvimento com a política é que passamos a alvo da mais variadas sorte de invencionices e perseguições indevidas”, argumenta.
O empresário, que pode assumir uma vaga no Senado caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirme a cassação de Expedito Junior (PR-RO), afirma que agora entende por que “pessoas sérias” fogem da vida pública.
“Essa quantidade de processos acabou por dar ainda mais experiência para conhecer por que as pessoas sérias tanto fogem da vida pública. Os sacrifícios que estamos enfrentando, com grande prejuízo para as empresas, simplesmente porque um dia resolvemos aceitar os reclamos das pessoas que acreditavam, e acreditam, que podemos realizar projetos sérios em prol da sociedade, de forma desinteressada”, reclama.
Leia a íntegra da entrevista:
Congresso em Foco – A Empresa União Cascavel de Transportes e Turismo Ltda (Eucatur) possui aproximadamente 200 processos ativos, que vão de crime ambiental a pedidos de indenização por danos materiais e morais, nos tribunais de Amazonas, Paraná e Rondônia. Esse não é número muito grande para uma empresa do porte da Eucatur?
Acir Gurgacz – Não se pode considerar um número grande, sobretudo quando se trata de empresa de transporte de passageiros, com mais de 1.000 ônibus, entre urbanos e rodoviários, circulando em quase todo o território nacional, neles transportando perto de quatrocentos mil passageiros, diariamente; que gera mais de 5 mil empregos diretos; que tem agências e garagens espalhadas em quase todos os municípios de Rondônia, além de muitos outros municípios nos estados do Amazonas, Roraima, Ceará, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além da Venezuela. É impossível não responder a ações, com tal quadro de pessoal e relação de pessoas. Além do ramo de transporte, investimos ainda em extração de pedras, o que representou outro grande marco para o estado de Rondônia, com uma empresa que soma o exemplo de respeito ao meio ambiente e preocupação com a responsabilidade social. Todavia, investimentos atraem inveja, e a concorrência sempre impõe situações em que se torna necessário resposta junto aos organismos de controle ambiental e outros tantos. Não há nenhuma procedência nas supostas alegações de estelionato; só depois do envolvimento com a política é que passamos a alvo da mais variadas sorte de invencionices e perseguições indevidas.
O senhor e três familiares estão sendo investigados pela Polícia Federal em Manaus por uma suposta fraude em um empréstimo contraído no Banco da Amazônia, no valor de R$ 20 milhões. O inquérito aponta para três crimes: estelionato, falsidade ideológica e uso de documento falso. Houve fraude no processo da compra dos ônibus?
Absolutamente. Essa investigação (que a todos surpreendeu pelo sensacionalismo, com operação de invasão de residências dos sócios e gerentes, a pretexto de buscar cópia das sete notas lançadas em livros fiscais) nasceu de provável perseguição de natureza política. Do valor total do projeto já foram investidos quase 19 milhões, rigorosamente fiscalizados pelo Basa. O questionamento surgiu de um erro de interpretação havido na compra de sete carrocerias de ônibus que, pela falta de chassi e diante da necessidade de se atender ao sistema de transporte de Manaus, foram comprados e pagos com recursos da própria empresa, instaladas as carrocerias em chassis recondicionado, mas tudo devidamente certificado na própria nota fiscal e declarado no processo. Em razão disso, quiseram alegar que havia fraude no projeto, citando o valor do total do financiamento, da ordem de aproximadamente 19 milhões de reais.
No mesmo inquérito, há a acusação de que também houve fraude na compra de combustível. Isso realmente ocorreu?
Não houve fraude alguma. Foi utilizada, conforme autorizado no projeto e fiscalizado pelo Basa, parte dos recursos sob a rubrica de capital de giro, para pagamento de combustíveis, inerentes ao funcionamento dos veículos adquiridos, vinculados ao projeto. Tudo está devidamente comprovado, documentalmente nos autos do processo do Basa, que liberou os pagamentos diretamente na conta corrente dos fornecedores.
Com essa quantidade de processos, o senhor se considera apto a assumir o mandato de senador da República?
Essa quantidade de processos acabou por dar ainda mais experiência para conhecer por que as pessoas sérias tanto fogem da vida pública. Os sacrifícios que estamos enfrentando, com grande prejuízo para as empresas, simplesmente porque um dia resolvemos aceitar os reclamos das pessoas que acreditavam e acreditam que podemos realizar projetos sérios em prol da sociedade, de forma desinteressada. Aqueles que fazem da política o ganho fácil não aceitam a forma ordeira e legal do processo político. Se valem da corrupção para conquistar o sagrado voto do povo, ludibriado no mais por promessas vãs de cunho pessoal. Desistir será simplesmente aceitar e acovardar, diante daqueles que querem o poder a qualquer custo.
O senador Expedito Junior ainda pode recorrer na tentativa de não perder o mandato. O senhor pretende entrar com alguma ação na Justiça caso o seu adversário consiga sucesso?
Quem decide as providências são os advogados, contratados para buscar a Justiça dentro da lei. Se for adequado recorrer ao Supremo Tribunal Federal, certamente o faremos no tempo e na hora certa. É difícil compreender a demora no processo que acaba dando à impunidade o tom da ousadia daqueles que buscam obter o mandato à margem da lei, na certeza de que a demora na tramitação dos processos sempre lhes favorecerá.
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