Ciro diz que revista "força a barra" ao ligá-lo a denúncia
Congresso em Foco
30/9/2007 | Atualizado às 9:21
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O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) negou qualquer ligação com as denúncias de que um amigo dele participou de irregularidades no Banco do Nordeste. Segundo o parlamentar ligar seu nome com investigações contra Victor da Ponte, um funcionário de segundo escalão, é “forçar notoriamente a barra”.
A revista Época publicou ontem (29) que o Ministério da Fazenda abriu um processo administrativo contra o diretor de administração do Banco do Nordeste. O ministro Mantega chegou a avisar Ciro do fato, tendo em vista sua relação com Victor da Ponte.
Mas, em nota, o deputado viu com naturalidade os fatos. “Informado, dias atrás, deste assunto pelo ministro Guido Mantega, recomendei a ele o que sempre fiz ao longo de minha vida pública: a abertura de um inquérito que apure tudo, aguardando o investigado, fora do cargo, as conclusões”, disse Ciro, em uma nota.
O deputado disse que as irregularidades terão que ser provadas. E, se houver isso, só os culpados – e não ele – serão punidos. “Para mim, sempre foi assim: quem errou, que pague.”
ONGs amigas
O Congresso em Foco procurou a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), para responder sobre denúncias de que ONGs ligadas a ela são investigadas pela Polícia Federal. De acordo com Veja, o gabinete da senadora chegou a negociar emendas para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul). A entidade é suspeita de desviar dinheiro público para beneficiar políticos petistas.
Mas, procurada pela manhã e na tarde de ontem, a líder petista não retornou os recados deixados com assessores e em seu telefone. (Eduardo Militão)
A nota de Ciro
''A propósito da matéria "O amigo problema de Ciro", publicada pela revista Época em sua edição de 1° de outubro de 2007, venho, em atenção à opinião pública, esclarecer o que se segue:
1. Ao contar uma suposta irregularidade ou erro cometido por um diretor do Banco do Nordeste, que é meu amigo há muitos e muitos anos, a revista tenta estabelecer ligação entre esse fato e a minha pessoa;
2. Jamais, nem por exceção, pratiquei qualquer ingerência em qualquer operação do Banco do Nordeste. Vale esclarecer, aliás, que o Banco do Nordeste é subordinado ao Ministério da Fazenda, e não ao Ministério da Integração Nacional, que dirigi até março 2006. Querer vincular meu nome a este assunto é forçar notoriamente a barra, pelo fato de ser amigo de um funcionário do segundo escalão do Banco;
3. Informado, dias atrás, deste assunto pelo ministro Guido Mantega, recomendei a ele o que sempre fiz ao longo de minha vida pública: a abertura de um inquérito que apure tudo, aguardando o investigado, fora do cargo, as conclusões.
4. Como bem esclarece a reportagem de Época, minha posição sobre episódios dessa natureza é clara: se houve, da parte de quem quer que seja, algum erro ou irregularidade, esse alguém deve ser punido na forma da lei. Neste caso, o acusado alega ser absolutamente inocente de qualquer ilícito. Se não for verdade, que pague a mais severa punição. Para mim, sempre foi assim: quem errou, que pague.
Ciro Gomes.''
