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Congresso em Foco
18/9/2007 | Atualizado às 20:01
O ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, reuniu-se durante 30 minutos com o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para explicar a denúncia de que atuou no chamado "mensalão mineiro". Ele pediu mais prazo para se explicar, mas o encontro da noite de hoje (18) não mudará a velocidade das investigações do Ministério Público Federal.
Walfrido entrou sem falar com os jornalistas e pediu um prazo para o MPF. Um pouco antes, no Palácio do Planalto, ele assegurou que já conversou a respeito do caso com o presidente Lula e que vai provar sua inocência "com documentos". Na saída do encontro com Souza, Walfrido disse ao Congresso em Foco que deve conseguir provas para provar sua inocência "o mais rápido possível".
Ele afirmou que o pedido de prazo não foi feito de forma que o procurador-geral espere suas explicações antes de uma eventual denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF). A assessoria de Souza informou que Walfrido pode apresentar documentos sempre que quiser. “Mas o MP já está trabalhando em cima do material que existe.”
Walfrido tomou a decisão de procurar o MPF como um gesto político. No inquérito da PF, nas mãos de Souza, ele já foi ouvido. Admitiu ser sua a caligrafia de anotações sobre valores a serem repassados a candidatos das eleições de 1998 em Minas Gerais. Por isso, o MPF vai continuar normalmente seu trabalho, sem aguardar novos documentos do ministro das Relações Institucionais.
Segundo a assessoria de Walfrido, ele trabalhou de forma informal, em 1998, na campanha a governador do hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). O ministro estaria tranqüilo e teria conversado com o presidente Lula sobre o assunto hoje. “Disse que não tinha nada a esconder e que quer o direito dele de defesa na Justiça”, informou sua assessoria. A questão de deixar o cargo não foi discutida entre Lula e Walfrido.
Desvio de dinheiro
De acordo com investigação da Polícia Federal, que está nas mãos do procurador-geral da República, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) se beneficiou de um esquema que desviou dinheiro público para custear sua campanha a governador, em Minas, em 1998. “Tratavam-se de fundos públicos desviados das administrações direta e indireta do Estado de Minas Gerais e de valores repassados à coligação eleitoral por empresários, empreiteiros e banqueiros com interesses econômicos junto ao poder público daquela unidade da Federação”, diz o relatório do delegado Luís Flávio Zampronha.
Segundo ele, a “complexa organização criminosa” incluía a atuação de Walfrido, encarregado de definir estimativas de gastos da campanha de Azeredo. Ao comentar um documento produzido por ele, o ministro admitiu o repasse de dinheiro à então candidata ao Senado Júnia Marisa. Ela recebeu R$ 200 mil do empresário Marcos Valério Souza, de acordo com a PF. Também teve o dedo de Walfrido o pagamento de R$ 4,5 milhões ao publicitário Duda Mendonça, valor pago com a ajuda de Valério, relata Zampronha. (leia mais)
Reunião
No Palácio do Planalto, ao se dirigir ao gabinete de Antonio Fernando de Souza, Walfrido disse que vai provar coisas que estão erradas. Ele citou uma reunião que aconteceu em maio de 1998, antes do início do início formal da campanha eleitoral, em que apenas recebeu um fax sobre a campanha e o retransmitiu. “Não tem nenhuma articulação”, disse o ministro. Ele nega ter sido o coordenador da campanha de Azeredo. (Eduardo Militão)
Atualizada às 19h59
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