Como já era esperado, o voto em separado do senador Almeida Lima (PMDB-SE), um dos três relatores do caso, afirmou que não houve quebra de decoro parlamentar por parte do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "A instauração do processo por quebra de decoro não pode ser baseada no ‘ouvi dizer’", disse Lima. Ele, que foi um dos três relatores do caso, afirmou que a representação do PSOL é baseada apenas nas reportagens da revista Veja.
Almeida Lima descartou um relacionamento espúrio entre Renan e o lobista da empreiteira Mendes Júnior acusado de pagar despesas pessoais do presidente do Senado, Cláudio Gontijo. Para o senador, a intenção é "descaracterizar uma relação de amizade" entre os dois. Renan e Gontijo seriam amigos há mais de 20 anos e foi esse o motivo que teria levado o presidente do Senado pedir a intermediação com Mônica Velloso para pagar uma pensão.
Num trecho do relatório, Lima questiona até se Cláudio Gontijo era um lobista. "Que interesses ilícitos ele praticou? Levar a pensão alimentícia para a mantença de uma criança?"
O relatório afirma, também, que a defesa do presidente do Senado apresentou documentos que comprovam a "capacidade econômica para o pagamento da pensão à sua filha". Esses documentos foram submetidos à perícia no Instituto Nacional de Criminalística do Departamento da Polícia Federal.
O relator do voto separado também atacou a imprensa ao afirmar que "não seria de surpreender que houvessem surgido outros casos de pagamento que não o de sua filha [de Renan]". Ele culpou a imprensa e os jornalistas "investigadores" pelo escândalo que assola o Senado. (Ana Paula Siqueira)