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Sexo, vinhos e cocadas

Congresso em Foco

11/6/2007 | Atualizado às 6:38

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Eduardo Militão

Justificativas e detalhes no mínimo curiosos daqueles que buscavam provar sua inocência no escândalo das obras permearam depoimentos dos envolvidos na Operação Navalha à Justiça. A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon e as subprocuradoras-regionais da República Célia Regina Delgado e Lindôra Araújo tomaram depoimentos de 52 pessoas envolvidas. Ocasião em que ouviram referências que variavam de sexo, passando por comida e bebidas até a “infelicidade” das declarações ao telefone.

O gerente financeiro da Gautama, a empresa acusada de liderar a máfia das obras, disse que ajudou a contratar garotas de programa para o secretário de Infra-estrutura de Alagoas, Adeilson Teixeira Bezerra, e o subsecretário, Denisson Luna Tenório. De acordo com Gil Jacó de Carvalho Santos, as meninas de programa foram chamadas no dia do casamento de Rodolpho Veras, filho do dono da empreiteira, Zuleido Soares Veras.

Para a Polícia Federal, foi uma forma de agradar a Adeilson, “tendo em vista que este iria liberar R$ 5 milhões para a Gautama na semana seguinte”. Apesar disso, Gil disse à Justiça que a empreiteira não pagou pelo “trabalho”.

Agendas

A PF suspeita que, para despistar eventuais escutas telefônicas, os funcionários da empresa usavam códigos para se referir a dinheiro. Um deles era “agenda”, de acordo com os policiais. No STJ, Gil foi confrontado com uma escuta – de 1º de setembro de 2006 – em que diz que o funcionário Vicente Coni está com a mala cheia de agendas. O gerente financeiro disse que, “em setembro ou outubro já tinha agenda” para ser distribuída aos clientes da Gautama.

Tanta antecedência nem sempre funcionava. A secretária da empreiteira, Tereza Freire Lima, também foi confrontada com a expressão “agenda” em alguns diálogos. Ela disse que os brindes eram distribuídos com “muito atraso”. “Embora encomendadas com antecedência, chegavam muito em cima da hora, de tal forma que em janeiro estavam distribuindo agendas”, disse Tereza em juízo.

O Ministério Público chegou a cogitar a possibilidade de pedir a manutenção da prisão da secretária. Para as procuradoras Lindôra e Célia, Tereza omitiu “uma centena de coisas que conhece”. Pessoas próximas à ministra Eliana Calmon afirmaram ao Congresso em Foco que a própria magistrada entendeu que Tereza “mentiu muito” em suas declarações.

Vinhos e cocadas

Flagrado com uma sacola pouco antes de encontrar-se com o dono da Gautama, o ex-secretário de Obras de Sinop (MT) Jair Pessine disse, em seu depoimento ao STJ, que comprou “uns vinhos” antes da reunião. Ele foi falar com Zuleido Soares Veras, em Brasília, em março deste ano.

Pessine declarou à Justiça que “observou que tinha esquecido a sacola dos vinhos” quando estava para embarcar para Sinop. O ex-secretário de Obras contou que voltou, em seguida, à sede da Gautama para buscar as bebidas. Segundo ele, a sacola continha apenas vinhos, nada de dinheiro.

Outro detalhe gastronômico veio de Vicente Coni, superintendente da empreiteira no Maranhão. Ao ouvir a reprodução de seus próprios diálogos telefônicos de abril de 2007, ele confirmou que mandou entregar uma “encomenda” para Alexandre Lago, advogado e sobrinho do governador Jackson Lago (PDT). Dinheiro? Não, o método para se aproximar do sobrinho do governador era outro, segundo ele: mandar “umas cocadinhas”.

Palpite infeliz

Diálogo de 10 de julho do ano passado mostra o deputado distrital Pedro Passos (PMDB-DF) cobrando dinheiro da diretora comercial da Gautama, Fátima Passos. Na seqüência, o parlamentar diz que “precisa conversar com Fátima para saber até quanto dá e como é que é (sic) porque o orçamento já está autorizado”. Com a ajuda de Passos, a Câmara Legislativa do DF havia aprovado um crédito suplementar ao orçamento para obras numa barragem do Distrito Federal tocadas pela Gautama.

Apesar disso, em juízo, Pedro Passos disse ter sido uma “infelicidade a mistura dos diálogos” dos dois assuntos. Segundo ele, a cobrança nada tinha a ver com a aprovação do orçamento, tampouco com o pagamento de propina: era referente a uma dívida de venda de cavalos.

O distrital afirmou vendeu cavalos a Maria de Fátima Palmeira e a um outro funcionário da Gautama identificado como Henrique em leilões organizados por ele em 2005 e no ano passado.

O deputado contou à ministra que Maria de Fátima comprou dois cavalos por cerca de R$ 80 mil, divididos em 15 parcelas. A funcionária da Gautama deu outra versão: afirmou que comprou três cavalos, por cerca de R$ 50 mil, pagos com cheque dela no fim de 2005. “São coisas que são independentes”, disse o líder do PMDB na Câmara Legislativa à ministra do STJ.

 

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