Um dia depois de Milton Monti (PR-SP) oficializar sua candidatura e uma semana depois de espalhar suas fotos em tamanho natural pelos corredores da Câmara, o deputado anunciou que desistiu de disputar a Presidência da Casa.
Segundo ele, foi a pressão do PR que o fez mudar de idéia tão rápido. Em nota, Monti afirma que o PR decidiu “compor o chamado 'blocão' e apoiar a candidatura do deputado Michel Temer” (PMDB-SP). Em troca, a legenda comandada por Luciano Castro (RR) garantiria um lugar na segunda secretaria da Mesa Diretora.
“Tal decisão foi embasada no compromisso que tenho em fortalecer o nosso partido, pois não seria conveniente que tivéssemos uma dissidência neste momento em que buscamos o crescimento político de nossa legenda.” Ele disse que vai acompanhar o PR e defender a eleição de Michel Temer.
A desistência de Monti facilita a vida de Temer. Anteontem, ele, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e
Ciro Nogueira (PP-PI) lançaram suas candidaturas com o compromisso de apoiarem-se num eventual segundo turno contra o candidato do PMDB.
“Se a construção fosse para levar para o segundo turno, claro que um candidato a mais facilita. Não é possível que ele [Monti] não tivesse votos para isso”, avaliou hoje (19) pela manhã Osmar Serraglio (PMDB-PR), outro candidato à disputa pela Presidência da Câmara.
O deputado vai lançar sua candidatura nesta sexta-feira à tarde. Nesta manhã, ele faz um discurso no plenário defendendo seu nome à presidência.
Entre as propostas de Serraglio, estão melhorar a imagem dos parlamentares, com a divulgação de suas agendas fora da instituição pela TV Câmara, e a análise final dos 10.675 projetos que tramitam ou estão engavetados na Casa.
O deputado também quer terminar a obra do anexo IV-B e do anexo V. Com isso, os gabinetes dos parlamentares serão maiores do que os atuais. Serraglio também defende que o plano de saúde seja estendido para os secretários parlamentares, servidores sem concurso, mas da confiança dos deputados. (Eduardo Militão)
A nota de Milton Monti
NOTA À IMPRENSA
Tendo em vista a decisão do Partido da República (PR) em compor o chamado “blocão” e apoiar a candidatura do deputado Michel Temer à presidência da Câmara dos Deputados para garantir a Segunda Secretaria da Mesa, resolvi retirar a minha candidatura. “Tal decisão foi embasada no compromisso que tenho em fortalecer o nosso Partido, pois não seria conveniente que tivéssemos uma dissidência neste momento em que buscamos o crescimento político de nossa legenda.”
Nesse período, lancei para discussão e reflexão de nossos colegas a importância de fortalecermos a nossa Casa. Continuarei defendendo as bandeiras apresentadas e, nesse momento, ao sair da disputa, acompanharei o meu partido em apoio à candidatura do Deputado Michel Temer.
Atenciosamente,
Deputado Federal Milton Monti