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Congresso em Foco
17/11/2008 13:09
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou nota à imprensa, nesta segunda-feira (17), classificando como um "escândalo" a Conferência "“Biocombustíveis como vetor do Desenvolvimento Sustentável”, realizada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), em Brasília. A entidade ligada à Igreja Católica reagiu às declarações do subsecretário-geral de Energia e Alta Tecnologia do Itamaraty e coordenador do evento, embaixador André Amado, que rejeitou a existência de trabalho escravo no setor de produção de açúcar e álcool.
A CPT usa os dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para se opor as declarações do embaixador. Segundo a entidade, Amado disse no evento que há uma campanha de “denegrimento” do setor ao relacionar a produção com o trabalho escravo. De janeiro de 2003 a outubro de 2008, diz a nota, 25 operações do Grupo Móvel de Fiscalização resgataram de condição análoga à de escravo 6.779 trabalhadores em canaviais nos estados de Goiás (6 casos), São Paulo (4), Alagoas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (3 em cada), Rio de janeiro (2), além de Ceará, Minas Gerais, Paraná e Pará (1 em cada).
"O escândalo é o Ministério das Relações Exteriores juntar sua voz a um restrito coro formado por setores da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e seus representantes na bancada ruralista do Congresso. O escândalo é um Ministério (MRE) desmerecer a ação corajosa e isenta conduzida por outros membros do mesmo Governo (MTE, MJ, SEDH) e o Ministério Público do Trabalho e não provocar nenhuma reação oficial", diz a nota da CPT.
No final da carta, a CPT faz dois questionamentos sobre a questão e cobra uma postura do governo. "Será que, em nome dos imediatos interesses do setor dos agro-combustíveis, a ele tudo deve ser permitido? Baixar a guarda neste momento no combate à escravidão, por mero oportunismo mercantil, não prepara dificuldades bem piores para o país? Qual é a palavra do Governo sobre isso?", questionam os integrantes da CPT.
O Congresso em Foco entrou em contato com a assessoria de imprensa do MRE e aguarda retorno sobre o pedido de entrevista com relação aos questionamentos da CPT. O evento citado começou nesta segunda-feira (17) e vai até o dia 21. (Lúcio Lambranho).
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