MP 442 não atende exportadores, diz Aníbal

A ida do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, à Câmara, nesta terça-feira (21), servirá, entre outras coisas, para explicar (leia mais) aos parlamentares se as novas medidas adotadas pelo governo contra a crise financeira mundial são eficazes.

Os esclarecimentos, segundo o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), poderão definir como o partido vai se conduzir na votação da Medida Provisória 442/08, editada pelo governo com alternativa à crise iniciada em 2007 nos Estados Unidos. Em tese, a MP facilita o auxílio do Banco Central às instituições financeiras nacionais que estão com dificuldades de conseguir empréstimos temporários, devido à escassez de linhas de crédito internacionais.

"A princípio nós apoiamos, mas precisamos saber como está funcionando e o que será necessário para corrigi-la", disse o tucano ao Congresso em Foco.

Junto com a MP, o governo anunciou no início do mês o repasse de R$ 5 bilhões do Tesouro para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que servirão para reforçar a linha de crédito conhecida como "pré-embarque". A iniciativa visa a assegurar o fluxo das exportações.

"Os exportadores dizem que não é suficiente. Queremos saber se essa ação está funcionando e a eficácia do Proer do Lula", ressaltou o parlamentar, se referindo ao socorro dado pelo presidente Lula aos bancos privados.

O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer), citado pelo parlamentar, foi criado no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique. Na ocasião, foi alvo de inúmeras críticas por parte dos petistas, que acusavam o então presidente de salvar os bancos privados com dinheiro público. (Erich Decat)