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Desfecho na Bolívia foi bom para todos

Congresso em Foco

17/9/2008 | Atualizado às 12:24

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Celso Lungaretti*

 

O pré-acordo firmado na última terça-feira (16) entre o presidente Evo Morales e os cinco governadores bolivianos rebelados veio ao encontro do que eu colocara no meu artigo escrito sete dias antes, Bolívia em Transe (leia mais): “O melhor que podemos esperar (...) é uma solução de compromisso, com os dois lados da crise boliviana forçados a ceder para evitar-se o pior. Sendo a alternativa um genocídio, temos mais é de torcer para que a operação apaziguadora chegue a tempo”.

 

Os presidentes sul-americanos, surpreendentemente, mostraram-se à altura do momento, com destaque para o nosso Luiz Inácio Lula da Silva e a chilena Michelle Bachelet. Houve, sim, um massacre a lamentar-se, no departamento de Pando, cujos responsáveis têm de ser punidos exemplarmente. Mas essas perdas humanas e esses prejuízos materiais foram irrisórios diante dos que certamente decorreriam de uma guerra civil.

 

Foram insensatos e irresponsáveis os que apoiaram a via das armas, pois, vencesse quem vencesse, o resultado seria o mesmo: a desintegração de um país paupérrimo e sofrimentos atrozes impostos a uma população miserável. O isolamento político a que acabou relegado é um merecido castigo para Hugo Chávez.

 

Vejam o que ficou acertado:

 

1) o governo aceitou devolver às regiões a parcela do imposto sobre o gás que havia redirecionado para pagar pensão a idosos, e compromete-se a não mexer nas porcentagens de royalties das regiões;

 

2) o governo reconhece as autonomias administrativas de Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija;

 

3) a oposição se compromete a desocupar todos os prédios públicos ocupados nas últimas três semanas e aceita ter como base da discussão o texto constitucional aprovado por constituintes governistas no final de 2007;

 

4) o governo suspende por um mês, prorrogável, a convocação dos referendos para promulgar a nova Carta.

 

Ou seja, Morales abusara do seu poder ao apropriar-se do quinhão dos governadores sobre as riquezas naturais extraídas em seus departamentos; ademais, relutava em conceder-lhes as autonomias administrativas que há muito já deveriam estar desfrutando.

 

A oposição, por sua vez, extrapolou todos os limites no combate às reformas políticas de Morales, incorrendo em práticas ilegais que configuravam rebelião e tendiam a desembocar num golpe de Estado.

 

Então, o desfecho do episódio acabou sendo o melhor possível: cada lado recuou dos excessos que cometera. E não se derramou sangue por motivos fúteis.

 

Pois, no fundo, o que se tratava era uma disputa por bens materiais, não por valores ideológicos – mesmo porque é inimaginável a construção do socialismo num país tão atrasado (tentativas congêneres, na contramão da socialização das riquezas pré-existentes com que Marx sonhou, sempre geraram aberrações totalitárias).

 

Então, permito-me repetir a conclusão de outro artigo (leia) que escrevi no calor dos acontecimentos:

 

“...se o principal motivo dessa crise é a divisão da grana proveniente das riquezas naturais bolivianas (...), não vale a pena morrer gente. Com um pouco de bom senso, pode-se chegar a uma divisão desse bolo que seja aceitável para ambas as partes.

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