Na leitura de seu relatório final sobre os trabalhos da CPI Mista dos Cartões Corporativos, marcada para amanhã (3), o relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), deve propor o uso de cartões corporativos para parlamentares. Segundo o petista, o instrumento é mais “eficiente, transparente e democrático” que o já utilizado pelos congressistas – a famigerada verba indenizatória.
“Em linhas gerais, o relatório afirma o cartão de pagamento como o instrumento mais eficiente; busca ampliar os mecanismos de transparência e controle social; limitar ao máximo a questão relativa aos saques; mudar o mecanismo de utilização do cartão de pagamento”, enumerou Luiz Sérgio, para quem o cartão corporativo deve ter novo layout (concepção estética), com chips (mecanismo de identificação) e senhas que facilitem o controle. “São questões que estamos avaliando.”
Entretanto, o deputado petista sabe que sua idéia enfrentará resistências entre seus pares, uma vez que a troca da verba indenizatória pelo uso dos cartões deve receber críticas. “Como a Câmara e o Senado falaram tanto em transparência, deveriam, a meu ver, dar o exemplo”, argumentou Luiz Sérgio, que diz apostar no diálogo para emplacar a idéia. “Há divergências. Eu vou conversar com os membros [da CPI], mas continuo defendendo que essa sugestão seja apresentada à própria Casa.”
Sobre a questão do chamado “dossiê anti-FHC”, que teria sido elaborado pela Casa Civil com objetivo de intimidar os membros oposicionistas no colegiado, como acusa a própria oposição, nenhuma linha. Luiz Sérgio considera que esse trabalho cabe à Polícia Federal, e que o inquérito em curso na PF já é suficiente para elucidar as denúncias. (Fábio Góis)