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Congresso em Foco
6/4/2008 | Atualizado às 15:13
Mesmo que seja sistematicamente negada pelo próprio mandatário, principalmente diante das câmeras, a hipótese de um terceiro mandato para o presidente Lula já não é tão absurda, tão ofensiva à democracia. Ao menos é o que manifestou, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o prefeito de Recife (PE), João Paulo Lima e Silva, que também é membro do Diretório Nacional do PT. Para João Paulo, a recondução de Lula ao Palácio do Planalto é a prioridade para a legenda a partir de agora até ao pleito de 2010.
"O terceiro mandato de Lula é o plano A; Dilma é o plano B; e o plano C é quem Lula indicar", admitiu o prefeito. Segundo João, basta que seja apresentada – e aprovada no Congresso – uma proposta de emenda à Constituição que possibilite a Lula entrar na disputa eleitoral à Presidência da República em 2010.
Na última quarta-feira (2), foi a vez de o vice-presidente da República, José Alencar, reforçar os rumores de um eventual terceiro mandato de Lula em entrevista à Rádio Bandeirantes. Para ele, dois fatores seriam justificáveis para que se mexa na letra da lei e altere o período de permanência de um presidente da República no comando do país: a falta de tempo para as realizações e o próprio clamor popular por Lula – que goza da mais alta popularidade de um presidente desde Fernando Collor de Mello (praticamente 60% de aprovação popular, segundo a mais recente pesquisa CNI/Ibope).
“O Lula tem feito muito, mas ainda falta muito por fazer. Eu digo para você, eu sou democrata. Nós não aceitamos outra coisa que não seja democracia. O Lula deseja fazer o seu sucessor. Mas eu digo para você que, se perguntarem aos brasileiros, o que os brasileiros desejam é que o Lula fique mais tempo no poder", argumentou Alencar. O prefeito João Paulo compara a situação de Lula àquela em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu no Congresso a aprovação da emenda que dispunha sobre a reeleição. "Se o terceiro mandato fosse um golpe, golpe maior teria sido o segundo mandato de Fernando Henrique. Qual a diferença?", perguntou João Paulo.
Segundo o jornal O Globo, interlocutores próximos ao presidente Lula dizem que, caso ele saia incólume do pleito municipal de outubro, pode dar as cartas na política nacional já a partir deste ano. O diário fluminense diz que os “movimentos políticos” do presidente nestes primeiros meses de 2008 sinalizam que a intenção do Planalto é “federalizar” as eleições municipais de outubro (ou seja, trazer para o plano nacional), além de reforçar o prestígio de Lula entre os aliados no Parlamento. Governistas e a cúpula do PT têm se reunido com freqüência para analisar o assunto, e já avaliam o “impacto” que a inclusão de um terceiro mandato na pauta política poderia significar. O receio é que isso viesse a repercutir como afronta à democracia em setores da sociedade. (Fábio Góis)
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