A diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu negou, nesta tarde, as acusações feitas pelo jornal O
Estado de S. Paulo de hoje (12). O jornal disse que Denise teria incentivado representantes de empresas aéreas a entrar na Justiça contra a mudança nos vôos de Congonhas.
Em nota os advogados da diretora afirmam que “é totalmente falsa e infundada a afirmação de que tenha havido incitação às empresas aéreas para que desobedecessem ou se rebelassem contra as diretrizes do governo”. Eles esclarecem que Denise apenas afirmou que a Anac teria que cumprir a resolução nº 6 do Conselho Nacional de Aviação Civi (Conac), sobre a qual era a palestra, e que qualquer divergência deveria ser levada ao próprio conselho ou ao ministro da Defesa.
A defesa da diretora também alega que houve um “forçado direcionamento contido no texto e no título” e que, fora isso, os fatos narrados na reportagem correspondem à realidade.
Denise Abreu é acusada de tentar favorecer amigos com a transferência de setor de cargas dos aeroportos de São Paulo. A diretora negou as acusações e entrou com processo contra o ex-presidente da Infraero José Carlos Pereira, a quem atribuiu a divulgação das denúncias (
leia mais).
Veja a íntegra da nota de Denise Abreu:
"Nota Urgente à Imprensa - Denise Abreu
Solicitamos atenção às informações - sobre reportagem de
O Estado de S. Paulo deste domingo
NOTA À IMPRENSA
SÃO PAULO– URGENTE– Com relação à reportagem “Diretora da ANAC pressionou contra ordem do governo”, publicada em manchete pelo jornal O Estado de S. Paulo deste domingo, 12, temos a esclarecer, com relação aos acontecimentos envolvendo Denise Abreu, diretora da ANAC, Agência Nacional de Aviação Civil:
1. É totalmente falsa e infundada a afirmação de que tenha havido incitação às empresas aéreas para que desobedecessem ou se rebelassem contra as diretrizes do governo.
2. Na reunião ocorrida dia 26 de julho, na sede do DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), diante das ponderações sobre interpretações do texto da Resolução nº. 006 do CONAC (Conselho Nacional de Aviação Civil), feitas por representantes das empresas aéreas que compareceram à reunião, coube à diretora Denise Abreu informar que as diretrizes emanadas pelo CONAC terão de ser seguidas pela ANAC e que qualquer divergência com as decisões do CONAC deveriam ser expostas ao próprio CONAC ou ao Ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ou, ainda, finalmente, ao Poder Judiciário, foro apropriado para a resolução de divergências jurídicas que foram apontadas na ocasião pelo advogado do SNEA, Sindicato Nacional das Empresas Aéreas, Geraldo Vieira.
3. Conforme informado e ressaltado à reportagem do jornal, e ignorado na publicação, vários presentes, se consultados, podem confirmar os fatos aqui narrados, e oficialmente. Estiveram presentes à reunião, entre outros, o Brigadeiro J. Roberto, do DECEA, o presidente do SNEA, José Márcio Mollo, e os diretores da ANAC Josef Barat e Coronel Jorge Veloso.
4. A leitura atenta da reportagem do Estado mostra que, retirado o forçado direcionamento contido no texto e no título, os fatos ocorreram exatamente como narrados acima.
5. As pessoas de bom senso já devem estar perplexas como a imprensa, numa mesma semana, pode ser tão contraditória. Uma hora Denise Abreu é tão importante para o Governo Federal que as autoridades se preocupariam em “blindá-la”. Dias depois, a mesma imprensa diz que Denise Abreu faz oposição ao Governo! Isso apenas evidencia que há uma deliberada tentativa, por motivos ainda velados, de buscar criar um cenário de desestabilização e dificuldades. Será em vão.
6. É um absurdo imaginar que uma servidora pública exemplar como Denise Abreu possa rebelar-se dessa forma contra diretrizes superiores. Sua competência de dezenas de anos na gestão pública, em diversos governos, de diferentes partidos, a credencia para a atividade que exerce e sobre a qual está pronta a prestar todos os esclarecimentos necessários.
São Paulo, 12 de agosto de 2007
BRICKMANN&ASSOCIADOS – B&A"