Deputados e senadores querem começar já as investigações sobre o maior acidente aéreo da América Latina. Nesta terça-feira, depois tentar pousar na pista de Congonhas, um avião da TAM saiu da pista e se chocou em um prédio da companhia aérea, do lado de fora do aeroporto, causando uma explosão. Estima-se que mais de 200 pessoas morreram.
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) vai protocolar pedido para que sejam ouvidos até amanhã o ministro da Defesa, Waldir Pires, o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e o presidente da Infraero, José Carlos Pereira. Ele afirmou que é importante discutir o assunto imediatamente, o que seria, também, uma forma de prestar homenagem ao líder da minoria da Câmara, Júlio Redecker (PSDB-RS), que morreu no desastre.
O relator da CPI do Apagão Aéreo do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), já se manifestou sobre o interesse da comissão em investigar o acidente. Deputados da CPI do Apagão Aéreo da Câmara também estudam se reunir na próxima semana, durante o recesso parlamentar, para discutir a tragédia desta terça-feira.
A decisão deverá ser tomada pelo presidente da comissão,
Marcelo Castro (PMDB-PI), e pelo relator, Marco Maia (PT-RS). Gustavo Fruet (PSDB-PR), membro do colegiado, defende um encontro da CPI nos próximos dias. “Mas é necessário ter cautela também e esperar as investigações”, ressaltou Fruet.
O parlamentar tucano, contudo, lamenta que muitas das medidas propostas para o aeroporto de Congonhas não foram tomadas. “Como a diminuição de vôos e decolagens, principalmente em horário de pico”.
Gustavo Fruet lamentou também a morte do deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), líder da minoria. “É lamentável. Ele era um grande amigo, que acompanhou muito o trabalho da CPI do Apagão Aéreo. É muito triste”, declarou.
Informações
O presidente Lula recebeu hoje (18) pela manhã um relato sobre os desdobramentos do acidente do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito. Lula foi informado de que a caixa-preta da aeronave, já encontrada, será enviada para análise nos Estados Unidos. O resultado deve sair em 30 dias.
O aeroporto de Congonhas também voltou a operar. Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), da Aeronáutica, a pista principal do aeroporto, onde a aeronave não conseguiu pousar, será interditada em caso de chuva. A auxiliar funcionará normalmente. (Lucas Ferraz)