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Congresso em Foco
9/3/2007 | Atualizado às 19:04
O presidente Lula destacou hoje (9), em pronunciamento conjunto com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, no Hotel Hilton, em São Paulo, a aliança histórica entre os dois países. Lula ressaltou a “parceria estratégica” dos dois países na área de biocombustíveis.
De acordo com Lula, os Estados Unidos e Brasil podem "levar combustível para todo o mundo". O presidente brasileiro também considera que o campo dos biocombustíveis é "um campo onde esses dois países prosperam". "O Brasil se orgulha de ter contribuido para a decisão do governo dos EUA de aumentar a participação dos biocombustíveis na matriz energética", afirmou Lula.
Ao responder a uma pergunta sobre o fracasso das negociações da Rodada de Doha, Lula disse que é necessário caminhar mais para que os dois países cheguem "ao ponto G" das negociações de comércio.
"Tenho certeza que, eventualmente, chegaremos a um acordo", afirmou Lula. "O problema é que ninguém quer fazer a primeira proposta. É como um jogo de cartas. Certamente o presidiente Bush tem a sua no bolso do colete. O Brasil tem a dele, e a União Européia também. Em algum momento, vamos colocar as cartas na mesa e vamos ver se seremos ou não capazes de fazer o acordo. Eu estou convencido que conseguiremos fazer", disse Lula.
O presidente brasileiro pediu o fim dos subsídios praticados nos países ricos. “Nós queremos que eles reduzam os subsídios praticados no mercado interno. E o que eles querem do Brasil? A abertura do nosso mercado para produtos e serviços. É isso que está em jogo”, disse Lula. "Devemos lutar pelo fim dos desequilíbrios que marcam o comércio mundial e agravam as assimetrias entre países", ressaltou.
”Ao longo do tempo eu fui construindo uma convicção que nós não precisamos ficar discutindo ajuda. Nós precisamos construir juntos projetos que signifiquem desenvolvimento”, complementou.
Bush
Em seu discurso, Bush afirmou que "se Brasil e Estados Unidos conseguirem trabalhar juntos na Organização Mundial do Comércio, todos os países do mundo conseguirão".
O líder americano afirmou que Lula demonstrou "visões muito fortes sobre o comércio mundial", mas disse que os Estados Unidos vão se esforçar para que as diferenças entre os dois países sejam resolvidas.
"Vamos trancar nossos representantes em um quarto. Vamos fazer o que for necessário", declarou Bush. "Lula é ouvido no mundo todo, porque fala com clareza, e demonstra um conjunto de valores muito claro", disse o presidente americano.
Ajuda
O presidente americano também destacou o lado social de sua viagem. "Minha viagem à América do Sul, Guatemala e México também vem mostrar que nos Estados Unidos a população tem uma preocupação com a injustiça social". "Nós queremos ajudar", disse.
Entretanto, Bush descartou, por enquanto, a possibilidade de reduzir a tarifa cobrada sobre o álcool brasileiro nos Estados Unidos (cerca de 0,54 centavos de dólar por galão sobre o álcool vendido pelo Brasil, além de 2,5% de impostos alfandegários).
"Isso não vai acontecer, permanecerá até 2009 e depois disso o Congresso dará um jeito", respondeu o presidente americano ao ser questionado se havia sido convencido por Lula a reduzir a tarifa. Apesar da negativa de Bush, o presidente brasileiro afirmou que o assunto ainda depende de muita negociação entre os dois países.
'Seu eu tivesse capacidade de persuasão, eu já teria convencido Bush a tantas outras coisas que não posso nem falar', brincou Lula. 'Não acho que um país vai abrir mão das coisas que protegem seu comércio porque um outro está pedindo. Esse é um processo de convencimento, de muita conversa e vai chegar um dia que essa conversa vai amadurecer e chegar num denominador comum que vai permitir um acordo', complementou Lula.
O presidente dos Estados Unidos brincou ao final da entrevista, com os jornalistas dos EUA que partiparam do evento. "Cuidado, os jornalistas dos EUA costumam passar muito tempo nos bares", afirmou Bush. (Rodolfo Torres)
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Confira a íntegra do discurso de Lula após visita à Transpetro
“Excelentíssimo senhor presidente George Bush, presidente dos Estados Unidos da América,
Senhores integrantes das comitivas norte-americana e brasileira,
Senhoras e senhores jornalistas,
Meus amigos,
Minhas amigas,
É um prazer poder receber o presidente George Bush em São Paulo, a nossa maior metrópole brasileira, uma cidade que simboliza a pujança da nossa economia e o espírito empreendedor da nossa gente.
Viemos ao terminal da Transpetro, aqui em Guarulhos, para celebrar uma parceria verdadeiramente estratégica entre Estados Unidos e Brasil. O Memorando de Entendimento sobre a Cooperação na Área de Biocombustíveis assinado hoje é, sem dúvida, a nossa resposta ao grande desafio energético do século XXI.
O mundo está observando, com muita atenção, o evento de hoje. Estamos lançando uma parceria para o futuro, um empreendimento amplo e renovado que transcende o plano bilateral e cria oportunidades em escala mundial. A parceria que vamos inaugurar é ambiciosa e voltada para todos os aspectos ligados à incorporação definitiva do etanol na matriz energética de nossos países.
Foi com grande satisfação que soube da determinação do presidente Bush de valorizar os biocombustíveis dentro da matriz energética dos Estados Unidos. Esse acordo torna realidade uma idéia que nasceu por ocasião do nosso encontro em Brasília, em 2005, quando o presidente Bush conheceu a história de sucesso brasileira dos biocombustíveis. É importante lembrar que quando o presidente Bush foi a Brasília eu tinha uma obsessão pelos biocombustíveis, e quase que ele não consegue almoçar de tanto que eu falei de biocombustível. Eu penso que foi importante, porque nem sempre o mundo está preparado e apto para mudanças importantes, se n&
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