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Congresso em Foco
28/1/2007 | Atualizado às 9:02
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que apresentará proposta para que os futuros candidatos presidenciais do partido sejam escolhidos em prévias partidárias. Ele declarou que defenderá a adoção do sistema americano de eleições primárias.
“O PSDB deixou de ser um partido pequeno, que tinha suas decisões baseadas em poucas pessoas. Isso não funciona mais”, afirmou. Antes de deixar a presidência do partido, Tasso Jereissati quer realizar um congresso - ao qual pretende trazer social-democratas de variadas latitudes, até da Índia - para atualizar o programa tucano.
Num recado ‘aos de sempre’, Tasso avisa que não sai da presidência nem um dia antes do fim de seu mandato, em novembro.
Confira alguns trechos da entrevista:
Quatro anos de oposição
“O PSDB deixou de ser um partido pequeno, que tomava suas decisões baseado em poucas pessoas. Os quatro anos de oposição nos deram um partido que, a meu ver, se solidificou. Um partido se solidifica na oposição, não no governo. A conseqüência é que deixamos de ser um partido que tem as suas decisões tomadas por um pequeno grupo e passamos a ser um partido bem mais complexo. Esse é o nosso PSDB. O grande desafio que temos agora é administrar esse nó”.
Apoio de tucanos a Chinaglia
“Houve uma decisão tomada por um pequeno número de pessoas, que achavam, a partir da antiga história do PSDB, que ela poderia ser definitiva. O PSDB não é mais isso. A reação foi gigantesca, em vários setores do partido, e se teve de voltar atrás. Esse episódio é um exemplo típico da transformação do PSDB. Não adianta mais eu me reunir com Fernando Henrique, Serra, Aécio, e tomarmos uma decisão, porque agora os temas perpassam as várias outras forças, que terão de ser ouvidas. Esse episódio foi o último suspiro de um partido que tomava decisões a partir de poucas pessoas”.
Prévia em 2010
“Eu estou preparando um projeto para entregar ao partido, mudando o processo de escolha do nosso candidato a presidente. Ainda não tenho ele todo desenhado” (...)
Formato da prévia
“O formato ainda não está desenhado e também não sabemos qual será a escolha do partido. Eu, pessoalmente, acho que deveríamos adotar o sistema das eleições primárias americanas, mas quem vai decidir o formato final é o partido. O que é certo é que acabou o sistema de três ou quatro pessoas escolherem o candidato”.
Escolhas dos governadores
“Os governadores devem continuar sendo escolhidos pelas convenções estaduais. Não faz sentido que o novo processo se estenda a governadores e prefeitos”.
Candidatura de Fruet
“Foi um caminho excelente, por várias razões. Primeiro, a questão da proporcionalidade já foi quebrada há muito tempo. A própria candidatura Arlindo Chinaglia não é resultante da proporcionalidade, o PT não é a maior bancada na Câmara. O presidente atual, Aldo Rebelo (PC do B-SP), não representava a proporcionalidade quando foi eleito. O presidente anterior a ele, Severino Cavalcanti, também não. O que é importante para o Congresso, agora, é restabelecer suas tradições, e isso começa por resgatar a credibilidade da Câmara, absolutamente arruinada. A candidatura de Fruet representa isso: a restituição da credibilidade da Câmara. E veja bem: aí está uma das mais brilhantes lideranças que o partido ofereceu ultimamente ao País e, reconhecidamente, um homem que tem lutado contra as confusões pouco recomendáveis que têm acontecido no Congresso”.
Programa do partido
“Nós precisamos atualizar o programa do partido. Quando o PSDB fez seu programa, ainda havia o Muro de Berlim e a social-democracia tinha uma visão dividida entre o capitalismo de cá e o comunismo de lá. Hoje o mundo mudou completamente e a social-democracia também tem de mudar, porque o mundo não está mais dividido. No agiornamento do nosso programa, temos de deixar bem claro o tipo de capitalismo que queremos para o País, qual o papel do Estado, qual o papel da empresa privada. Até para que essas coisas sejam discutidas com maior clareza nas próximas eleições, e não fiquem na zona cinzenta que nós ficamos em 2006. Nós queremos trazer gente de fora para discutir a social-democracia de hoje na Espanha, Portugal, Alemanha e até na Índia”.
Sair da presidência do PSDB antes do prazo
“Não existe essa possibilidade. Eu não vou sair da presidência do PSDB nem um dia antes. Nós nos determinamos algumas missões: o novo programa, uma reestruturação administrativa e a aprovação de um nova processo para escolher o candidato à Presidência. O término dessas missões vai coincidir com o fim do meu mandato. Em novembro, como está previsto, nem um dia a mais, nem um dia a menos, haverá a convenção nacional para escolher a nova direção”.
Chapa Serra-Aécio para 2010
“Olha, eu colocaria o seguinte: o presidente Fernando Henrique é uma referência política que eu tenho na vida, um homem que mudou o Brasil. Tenho a maior facilidade de diálogo político com ele. Os seus sonhos são sempre respeitáveis. Mas o partido hoje não depende apenas do sonho de Fernando Henrique, do meu ou de qualquer outro sonho. O PSDB hoje é muito complexo e é isso que vai prevalecer no novo processo de decisão que nós vamos propor ao partido”.
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