PF indicia Mercadante e outros seis

A Polícia Federal de Mato Grosso finalizou, ontem (23), as investigações sobre a negociação de dossiê contra tucanos com a indiciação de sete pessoas com diferentes acusações. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) terá que responder por crime eleitoral, mesmo enquadramento dado ao tesoureiro da sua campanha ao governo de São Paulo, José Giácomo Baccarin.

O delegado responsável pelo caso, Diógenes Curado, também indiciou por lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro outras cinco pessoas. Entre elas estão o ex-agente da PF Gedimar Passos, o ex-petista Valdebran Padilha, o ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante, Hamilton Lacerda, e os donos da casa de câmbio Vicatur, Sirley Chaves e Fernando Ribas.

Segundo a PF, os US$ 248 mil apreendidos com os petistas sairam de Miami (EUA), passaram por um banco alemão, pelo banco Sofisa e chegaram até a casa de câmbio Vicatur. Todo esse processo teria sido legal, mas a retirada do dinheiro pelos "aloprados" foi enquadrado como lavagem de dinheiro.

O delegado não conseguiu descobrir, entretanto, a origem do R$ 1,168 milhão utilizado na transação. O inquérito 623 da PF foi aberto em 12 de setembro e durou 96 dias. O relatório de Curado possui 1.400 páginas e 31 volumes. Para tanto, foram analisadas um milhão de movimentações bancárias, mil quebras de sigilo e 28 oitivas de testemunhas.

Indiciamentos

De acordo com a PF, Baccarin foi indiciado com base no artigo 350 do Código Eleitoral e pode pegar até cinco anos de prisão. No caso de Mercadante, ele foi enquadrado na lei 11.300, na qual expressa que ele "é solidariamente responsável (...) pela veracidade das informações financeiras e contábeis de sua campanha". O senador divulgou uma nota na noite de ontem (22) rebatendo as acusações. (confira a nota)

Os sócios Chaves e Ribas podem pegar de quatro a 14 anos de prisão por lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. Gedimar, Lacerda e Valdebran foram indiciados por saque ilegal de dólares.