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Congresso em Foco
8/11/2006 | Atualizado às 15:55
"Não é acordo e nem acordão. É acordaço." Com essas duas frases o sub-relator da CPI das Sanguessugas e um dos responsáveis pelas investigações no Executivo, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), definiu o esvaziamento das investigações depois da reeleição do presidente Lula. Redecker disse ao Congresso em Foco, durante o depoimento do ex-ministro da Saúde, Humberto Costa (PT), que já pensa na possibilidade de deixar a relatoria.
"Vou conversar com o partido sobre minha saída, mas não vou compactuar com isso. Essa investigação no Executivo será um desastre total", disparou Redecker. O parlamentar justifica sua indignação dizendo que os mais de 40 requerimentos de quebra de sigilos propostos por ele sequer foram colocados em votação. O tucano também reclamou que teve pouco tempo para questionar Humberto Costa ao contrário do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) que teve o tempo de cerca de 40 minutos. Redecker falou por cerca de 10 minutos e abandonou a sessão indignado.
"Antes de qualquer prova conclusiva todos merecem nosso respeito", declarou o deputado Antônio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) ao se diriger ao ex-ministro petista e sem fazer nenhuma pergunta. O fato aconteceu quase no fim do depoimento e Pannunzio era o único oposicionista presente na sessão, além de ser cercado por outros quatro deputados do PT. A declaração do tucano paulista revela o clima de trégua entre o oposição e governo durante todo a sessão de depoimento de Humberto Costa.
Segundo o vice-presidente da CPMI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE) o contraditório e "o teor oposicionista na sessão foi muito baixo". "Sempre disse que trazer os ex-ministros da Saúde antes dos chamados aloprados e outros assessores poderia resultar em pouco aproveitamento", disse Jungmann. O deputado pernambucano lembrou que dos 12 parlamentares do PSDB na comissão, nove não compareceram. No caso do PFL, dos 10 integrantes titulares da CPMI, apenas 1 esteve presente.
Para completar o esvaziamento geral das investigações no Executivo e com pouco tempo para apurar, considerando que a comissão tem até o 18 de dezembro para apresentar seu relatório final, foi convocada ontem (8) uma reunião administrativa para o próximo dia 14, véspera do feriado. "Se não tiver quorum mais uma vez para votar requerimentos vocês da imprensa vai poder ver quem tem ou não responsabilidade na CPMI", destacou o vice-presidente da comissão.
O relator da CPMI, senador Amir Lando (PMDB-RO), minimizou as críticas de acordo para abafar as investigações. "O importante é que o Ministério Público está investigando tudo isso. Eles sempre andaram na frente e nós vamos dar apenas um reforço para que os processos andem", justificou Lando.
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