Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
7/11/2006 | Atualizado às 21:47
O empresário Luiz Antonio Vedoin, dono da empresa Planam, acusado de ser o principal operador da máfia das ambulâncias, colocou sob suspeita as investigações que resultaram no relatório parcial da CPI dos Sanguessugas ao negar seu envolvimento e pagamento de propinas, que ele insistia em chamar de "comissão", para quatro deputados: Pedro Henry (PP-MT), Wellington Roberto (PL-PB), Laura Carneiro (PFL-RJ) e João Batista (PP-SP). As afirmações foram feitas hoje (7) no seu depoimento no Conselho de Ética da Câmara, que apura a quebra de decoro parlamentar de 67 deputados.
Além disso, Vedoin também confirmou o que já tinha retificado à Justiça sobre a deputada Celcita Pinheiro (PFL-MT). O dono da Planam disse ter passado alguns cheques para a parlamentar, que teriam sido devolvidos por não terem fundos. Segundo Vedoin, ele achava que os cheques haviam sido pagos como antecipação por emendas para a compra de ambulâncias que a deputada teria apresentado ao Orçamento. Entretanto, só após a quebra de sigilo bancário realizada pela Polícia Federal, viu que não haviam sido compensados. A deputada Celcita Pinheiro nega que tenha recebido os dois cheques de R$ 25 mil do empresário.
O dono da Planam também declarou que não conhece e nem pagou propina para os deputados Wellington Roberto (PL-PB) e Laura Carneiro (PFL-RJ). O empresário negou pagamento de propina para o deputado Pedro Henry (PP-MT). Ele explicou que o carro comprado e entregue ao parlamentar do PP foi apenas uma "ajuda de campanha" e que nenhuma das emendas de Henry ao Orçamento da União foi executada. Já no caso de João Batista (PP-SP), a propina não teria sido paga porque o parlamentar teria apresentado uma emenda que Vedoin chamou de "genérica".
"Na pressa devido ao calendário eleitoral, a CPI mandou para cá processos de deputados que não têm nada a ver com essa história como vimos agora no depoimento do Vedoin", disse o presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP).
Izar também disse que o depoimento de Vedoin foi muito importante e esclarecedor e afirmou que surgiram fatos novos como o pagamento rotineiro a parlamentares. Amanhã (8) o Conselho de Ética volta a se reunir às 12h 30 para ouvir o depoimento do deputado João Correia (PMDB-AC). O parlamentar foi o único deputado acusado por Vedoin que compareceu ao depoimento do empresário.
"Mentiroso"
O deputado João Correia (PMDB-AC) fez algumas perguntas a Vedoin. Ao ser questionado pelo deputado acusado, Vedoin disse que falou com o prefeito do município acreano de Plácido de Castro, direcionado a licitação diretamente do gabinete do deputado João Correia.
Vedoin confirmou que pagou em janeiro de 2006, no gabinete de Correia, R$ 12 mil em dinheiro, correspondente a 50% da comissão acertada nesse município. O pagamento teria sido efetuado para o irmão do deputado, que se encontrava no gabinete.
Correia apresentou o que segundo ele seria uma prova de que Vedoin estaria mentindo. O parlamentar mostrou o controle de acesso à Câmara, que revelava que Vedoin não teria ido à Casa no dia 12 de janeiro. "A testemunha está agindo como um crápula. Todas as suas informações são mentirosas", disse o deputado.
Vedoin retrucou o parlamentar dizendo que entrou pela portaria da Câmara, registrando desta forma a sua entrada, apenas cinco ou seis vezes. Nas demais, entrava pelo estacionamento privativo dos deputados, sem registrar a sua entrada.
O Conselho de Ética pediu a transferência do sigilo telefônico de Vedoin para verificar as informações de que o empresário teria pago proprina para o deputado João Correia.
Lino Rossi
Vedoin afirmou que o deputado Lino Rossi (PP-MT) está entre os parlamentares que teriam maior participação no esquema fraudulento.
O empresário, questionado pelo relator do processo contra o deputado Lino Rossi, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), confirmou todos os pagamentos feitos a Rossi, incluindo uma carreta. No final do questionamento, Jairo Carneiro pediu ao presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), a dispensa de todas as outra testemunhas relacionadas ao processo contra Lino. Um indicativo de que Carneiro pedirá a cassação do deputado de Mato Grosso.
Humberto Costa , Barjas Negri e Abel Pereira
O dono da Planam também confirmou o que já tinha dito à Justiça em relação ao ex-ministro da Sáude Humberto Costa (PT). Vedoin declarou que o ex-ministro petista não participava diretamente do esquema. No entanto, afirmou que tratava da liberação das emendas do Ministério da Saúde com José Airton Cirilo, deputado eleito pelo PT no Ceará e ex-presidente do partido no estado.
O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) perguntou a Vedoin se o ex-ministro da Saúde do governo FHC Barjas Negri teria recebido dinheiro do esquema. Vedoin respondeu: "Não sei". O petista também perguntou a Vedoin se Barjas Negri tinha relações com o empresário Abel Pereira. Vedoin respondeu: "Acredito que sim".
O deputado Eduardo Valvede (PT-RO) questionou o empresário sobre a participação do empresário Abel Pereira, que seria ligado ao ex-ministro da Saúde no governo FHC e atual prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB). Vedoin confirmou novamente que pagava a Abel um percentual de 6,5% para as emendas liberadas pelo Ministério da Saúde.
Temas
PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Comissão aprova aposentadoria especial para supervisores pedagógicos
ESQUEMA DE ESPIONAGEM
ESQUEMA DE ESPIONAGEM
De Moraes a Cláudio Castro: a lista dos monitorados pela Abin paralela
PRÊMIO CONGRESSO EM FOCO