O procurador geral da República, Antônio Fernando de Souza, pediu hoje (28) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para apurar o eventual envolvimento do deputado Paulinho da Força (PDT-SP) no esquema de corrupção no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Na sexta-feira (23), ele recebeu os documentos da Operação Santa Tereza, na qual Polícia Federal investigou o caso. Agora, quer aprofundar as investigações por meio de um inquérito. O pedido do procurador será distribuído para um ministro do STF decidir se autoriza a apuração.
Hoje à tarde, o corregedor da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), criticou a velocidade prevista para que o processo contra Paulinho seja aberto no Conselho de Ética da Casa. O novo presidente do colegiado, Sérgio Moraes (PTB-RS), disse que poderia esperar até 15 dias para fazer isso, o que facilitaria uma
eventual renúncia de Paulinho.
Mas, na noite desta quarta-feira, ele recuou um pouco. Afirmou que é provável que nomeie o relator do caso e instaure o processo já na próxima terça-feira (3). “Eu acredito que tem chance de ser na terça. Tem muita chance de ser, mas tenho que ter cautela”, afirmou ele ao Congresso em Foco.
Moraes teme que o indicado por ele recuse a tarefa ou seja mal recebido pelos outros conselheiros. “Eu já estou começando a conversa com alguns, já estou sentindo, estou vendo os mais neutros”, disse o presidente,
que foi eleito na tarde de hoje.
Ele recebeu as chaves do cofre com a papelada enviada por Inocêncio e já começou a leitura dos documentos sobre Paulinho. “Eu já estou lendo algumas coisas. Tem mais a representação do PSOL. Já despachei para a Mesa Diretora determinar a abertura do inquérito”, comentou ele.
Moraes disse que não pode se apressar mais porque os documentos estavam até bem pouco tempo lacrados num cofre. E criticou o corregedor: “O Inocêncio comeu a sopa quente”. (Eduardo Militão)