O presidente nacional em exercício do PDT, deputado Vieira da Cunha (RS), disse, na tarde de hoje (18), que o partido está liberado para fazer alianças com partidos historicamente adversários, como PSDB e DEM, nas eleições municipais de outubro. Em entrevista coletiva, ele anunciou o 4º Congresso Nacional do PDT, que começa às 19h desta sexta-feira e se encerra no domingo (20). O evento será aberto pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ex-presidente da legenda.
“Na política de alianças, na eleição municipal, o que contam são as peculiaridades locais. A direção nacional não pode impor uma política de alianças, porque isso significaria uma violência em relação às direções locais dos partidos”, argumentou o deputado.
Segundo Cunha, o PDT tem hoje uma grande representatividade da sociedade brasileira, mas ainda está aquém dos anseios de seus integrantes. Para ele, o Congresso significará um “marco do crescimento partido”. “Nosso partido tem presença nacional, mas nós não estamos conformados com o tamanho atual”, revelou, lembrando que o PDT foi um dos seis partidos que, nas eleições de 2006, conseguiram fazer 5% dos votos do país.
Cunha adiantou que a legenda pretende dobrar o número de prefeitos e vereadores eleitos nas últimas eleições (respectivamente 300 e 2.500). “É uma meta ambiciosa, mas possível.”
Ética de Lupi
O deputado minimizou o fato de o ministro Lupi ter sido recentemente enquadrado pelo Conselho de Ética da Presidência da República, por acumular as funções de ministro de Estado e presidente da legenda – o que foi usado principalmente pela oposição para questionar a idoneidade do ministro. "O ministro Carlos Lupi tem todo o apoio, solidariedade e reconhecimento de seu partido. Trata-se de um militante nosso, perfeitamente identificado com nossas idéias, nossas propostas, inclusive com nossa maneira de ser”, defendeu.
Ele se mostrou alheio às criticas sobre a ética de Lupi. “Uma das bandeiras do PDT é a ética, é a probidade administrativa. Nós temos total confiança no nosso ministro”, declarou. Cunha acrescentou que Lupi se comporta como “um autêntico brizolista” à frente do Ministério do Trabalho.
Para o deputado, o relacionamento do partido com o governo Lula é “excelente”, ao contrário do que foi no primeiro mandato. “Nós não percebíamos uma relação do governo com o partido. Hoje, o partido integra o Conselho Político [da Presidência da República], e participa das estratégias políticas do governo, o que não acontecia no primeiro mandato”, concluiu. (Fábio Góis)