Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
31/7/2007 | Atualizado às 21:10
O presidente Lula afirmou hoje (31), durante cerimônia de lançamento do PAC Saneamento Básico e Urbanização no Mato Grosso, que não se incomoda com as vaias que recebeu nos últimos eventos que participou. “Temos duas orelhas, uma para escutar vaias e outra para escutar aplausos”, disse.
De acordo com Lula, aqueles que o vaiaram “são os que mais deveriam estar aplaudindo”. “Os que estão vaiando, posso garantir, são os que ganharam muito dinheiro neste país no meu governo. Aliás, a parte mais pobre é que deveria estar mais zangada, porque ela teve menos do que eles tiveram”, afirmou o presidente.
Para Lula, apenas na época da eleição é que parte da elite brasileira que faz política “acha um pobre importante”. “Na época da eleição, se um político tiver que escolher entre jantar com os banqueiros e jantar com os favelados, ele vai jantar com os favelados. Agora, depois das eleições, que o favelado não se meta a besta de aparecer para cobrar alguma coisa, porque ele passa a ser riscado do calendário de prioridades da maioria dos políticos brasileiros”.
O petista voltou a defender a necessidade de investimentos públicos em saneamento básico. De acordo com o presidente, R$ 40 bilhões serão investidos “só para saneamento básico e urbanização de favelas”. “E eu sei que tem gente que fica nervosa, tem gente que não gosta que a gente faça isso. ‘Que história, vem prefeito, vem governador, vem presidente querendo olhar para o pobre. Não tem que olhar para pobre não, tem que fazer uma praça bonita onde mora a parte mais rica da cidade.’ É assim que eles pensam. Mas nós temos compromisso com a nossa consciência”.
Democracia
O presidente voltou a defender o papel do Congresso Nacional na democracia. “Quando vejo gente criticar o Congresso Nacional, que o Congresso Nacional não faz isso, não faz aquilo, eu, com todos os defeitos que possa ter o Congresso Nacional, ponho as mãos para o céu todos os dia e agradeço a existência dele, porque sem ele este país seria muito pior”.
“Mas, se alguns quiserem brincar com a democracia, eles sabem que ninguém neste país sabe colocar mais gente nas ruas do que eu. Eles sabem. Portanto, se alguém acha que, com estupidez, vai atrapalhar que a gente faça neste país o que precisa ser feito, pode tirar o cavalo da chuva, porque não conheço um deles que tenha uma biografia que lhe permita sequer falar em democracia neste país, e eu conheço muitos deles”, complementou.
Lula ressaltou que mistura sua relação pessoal com questões partidárias. “Minha amizade pessoal é uma coisa, minha questão partidária é outra, minha relação com os adversários é outra. Mas tem gente que não pensa assim. Essa gente que não pensa assim fez a Marcha com Deus pela Liberdade em 1964, que resultou no golpe militar; essa gente que não pensa assim levou Getúlio Vargas ao suicídio; essa gente que não pensa assim levou o João Goulart a renunciar; essa gente que não pensa assim ficou contente com 23 anos de regime militar e está incomodada com a democracia. Porque a democracia pressupõe o pobre ter direito; pressupõe o pobre ter Bolsa Família; pressupõe fazer a reforma agrária, e ainda estamos em dívida com os trabalhadores e precisamos fazer mais”. (Rodolfo Torres)
Leia a íntegra do discurso de Lula
Leia também
PT critica mídia e diz que campanha de 2008 já começou
A Executiva Nacional do PT aprovou hoje (31) uma resolução política na qual critica setores da mídia. De acordo com o documento petista, “a derrota da reforma política, as vaias contra o presidente na abertura do Pan e o tratamento dado por setores da mídia e da oposição ao acidente com o avião da TAM revelam que a oposição, articulada com setores da mídia, está ‘subindo o tom’ nos ataques ao governo e ao PT, tendo em vista tanto as eleições de 2008 quanto as eleições de 2010”.
“A escalada de ataques sinaliza que a campanha de 2008 já começou, campanha que faz parte da guerra que a oposição de direita trava contra nós, tendo em vista tentar reconquistar a presidência da República”, diz o texto.
O documento afirma que “os ataques não conseguiram alterar, até o momento, o apoio majoritário da população ao presidente da República”. “Mas é um equívoco achar que isto não possa vir a acontecer. De toda forma, estes ataques pretendem enfraquecer o governo e o PT, com o objetivo de reduzir sua influência tanto em 2008 quanto em 2010”, complementa o texto.
Como soluções para a crise aéreaOs petistas apontam o investimento público em infra-estrutura, a fiscalização efetiva sobre as empresas aéreas, e a desmilitarização do controle do tráfego como formas de solucionar a crise aérea.
A Executiva petista também aprovou uma nota de solidariedade ao assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, flagrado fazendo gestos obscenos ao assistir a uma reportagem do Jornal Nacional em que levantava a hipótese de falha mecânica para o acidente. (Rodolfo Torres)
Confira a íntegra da resolução do PT
"Resolução Política da Comissão Executiva Nacional do PT
1. A Comissão Executiva Nacional do PT, reunida no dia 31 de julho, aprovou esta resolução, que deverá ser apresentada e debatida pelos congressos estaduais do Partido que se reunirão, em 22 Estados brasileiros, de 3 a 5 de agosto.
2. O segundo mandato de Lula completou 7 meses de duração. Ao longo deste período, teve prosseguimento um conjunto de políticas exitosas que foram iniciadas no primeiro mandato, confirmado nas eleições de 2006 pela maioria do povo brasileiro. Além disso, foram adotadas novas medidas, coerentes com o debate travado no segundo turno das eleições de 2006, entre as quais o Plano de Aceleração do Crescimento, um conjunto de medidas na área da Educação e o impulso dado para a constituição de uma rede pública de TV. Este conjunto de ações ajuda a entender o sólido apoio que o governo Lula continua recebendo, segundo todas as pesquisas, da maioria do povo brasileiro.
3. Frente a este sólido apoio popular, a oposição recorre à manipulação e à mentira para desgastar o governo, o presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores. Esta é a conexão e o sentido comum existente entre diversos acontecimentos que marcaram o país nos últimos 60 dias.
4. A derrota da reforma política, as vaias contra o presidente na abertura do Pan e o tratamento dado por setores da mídia e da oposição ao acidente com o avião da TAM revelam que a oposição, articulada com setores da mídia, está “subindo o tom” nos ataques ao governo e ao PT, tendo em vista tanto as eleições de 2008 quanto as eleições de 2010.
5. Em relação ao acidente, o PT manifesta pesar total solidariedade aos familiares e amigos das vítimas, não aceitando que esse trágico episódio seja convertido em mais um elemento de disputa política. Ao mesmo tempo, o partido garante à sociedade brasileira que não medirá esforços, através de seus representantes no governo federal e no Parlamento, para que as causas do acidente sejam devidamente esclarecidas.
6. Cabe ao conjunto do PT enfrentar esta nova ofensiva que a oposição de direita e setores da grande imprensa deflagraram contra o PT e contra o governo Lula.
7. Para isso, além de desmascarar as intenções e os métodos da oposição, devemos tratar adequadamente os casos de desarticulação política existentes no PT, no campo democrático-popular e no governo Lula.
8. É importante recordar que, desde pelo menos o final de 2006, o PT já indicava ao governo a necessidade de construir de fato e de direito o ministério da Defesa. Desde então, as recomendações do Partido não foram consideradas devidamente.
9. Um dos resultados desta demora foi a recente substituição, num contexto de crise aguda, do ministro Waldir Pires pelo ministro Nelson Jobim. As críticas da oposição e da mídia conservadora não cessaram, depois dessa nomeação.
10. A solução para a crise aérea passa por medidas há muito apontadas, principalmente três: investimento público em infra-estrutura, fiscalização efetiva sobre as empresas aéreas, desmilitarização do controle do tráfego.
11. O governo tem condições de implementar estas medidas, tanto agora como antes, sem ter ilusão de que se possa resolver em curto prazo problemas estruturais e institucionais, entre eles o fracassado modelo tucano de agências regulatórias.
12. A escalada de ataques sinaliza que a campanha de 2008 já começou, campanha que faz parte da guerra que a oposição de direita trava contra nós, tendo em vista tentar reconquistar a presidência da República.
13. A grande mídia privada é, ao mesmo tempo, instrumento e Estado-Maior desta campanha. Ou seja: não houve uma alteração no comportamento de grande parte da mídia privada, que repete agora o que já havia feito em 2004-2005.
14. Os ataques não conseguiram alterar, até o momento, o apoio majoritário da população ao presidente da República. Mas é um equívoco achar que isto não possa vir a acontecer. De toda forma, estes ataques pretendem enfraquecer o governo e o PT, com o objetivo de reduzir sua influência tanto em 2008 quanto em 2010.
15. Como em 2004-2005, os ataques da oposição de direita não se concentram em questionar os aspectos positivos da ação do governo. Os ataques estão concentrados nos pontos mais fracos de nossa atuação: nos flancos que deixamos abertos e nos erros cometidos.
16. Ao partido não cabe deliberar sobre medidas técnicas e administrativas, mas sim apontar as iniciativas políticas que devem ser adotadas para enfrentar as nossas dificuldades:
a) melhorar a coordenação e retomar a iniciativa política do governo;
b) garantir que a "coalizão” de governo tenha desdobramentos práticos nas votações do Congresso Nacional;
c) garantir o equilíbrio entre governabilidade institucional e governabilidade social.
17. Cabe ao PT debater as causas e adotar medidas que evitem o distanciamento, entre si e em relação ao governo, de importantes integrantes do campo democrático-popular.
18. O não funcionamento do núcleo de esquerda da coalizão, composto principalmente pelo PT, PCdoB e PSB; o a decisão da Corrente Sindical Classista em relação a CUT; as críticas crescentes de movimentos sociais contra o governo; revelam um esgarçamento das relações entre as principais organizações da esquerda política e social brasileira, organizações que nuclearam o processo de acúmulo de forças do campo democrático e popular.
19. O PT fará um esforço para que estas organizações construam e implementem uma plataforma mínima de atuação frente aos ataques da oposição de direita, combinada com medidas que devem ser propostas ao governo. O partido apóia e soma-se à iniciativa da CUT de realizar em 15 de agosto um Dia Nacional de Mobilização na defesa dos direitos e conquistas dos trabalhadores.
20. O 3º Congresso Nacional do PT, bem como os congressos estaduais que serão realizados de 3 a 5 de agosto, serão um momento importante para afirmação do Partido dos Trabalhadores.
São Paulo, 31 de julho de 2007.
Comissão Executiva Nacional"
Temas
IMUNIDADE PARLAMENTAR
Entenda o que muda com a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara
Educação e Pesquisa
Comissão de Educação aprova projeto para contratação de pesquisadores