O Executivo e o Legislativo propuseram, juntos, meio bilhão de reais em obras com participação da construtora Gautama. A empresa é acusada de fraudar obras e licitações públicas, esquema desmontado pela Operação Navalha, da Polícia Federal. Os dados são do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e do Siga Brasil (sistema do Senado Federal). (
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De 1998 a 2006, R$ 510,8 milhões foram incorporados ao orçamento, por meio de iniciativas tanto de órgãos governamentais quanto das casas legislativas (emendas orçamentárias), em benefício de obras em que a empresa participava como uma das construtoras. Os valores foram levantados pela ONG Contas Abertas (
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De acordo com a ONG, apenas o governo pagou R$ 115,7 milhões à Gautama (
leia). A entidade ressalta que, em todos os casos, os valores foram pagos mediante licitações. O restante dos recursos foi usado para pagar outras construtoras. A ONG informa que ainda há valores que não chegaram a ser liberados pelo Executivo.
Segundo a entidade, do total das propostas (R$ 510,8 milhões), R$ 341,9 milhões foram incorporados ao orçamento pelo próprio Executivo e R$ 168,9 milhões partiram de sugestões dos congressistas, provenientes de bancadas, comissões e relatorias. O levantamento leva em conta apenas as emendas que foram executadas integral ou parcialmente pelo governo.