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Congresso em Foco
12/2/2007 | Atualizado 13/2/2007 às 8:06
Amparados na promessa do presidente Lula de equilibrar a participação nos ministérios das bancadas do PMDB na Câmara e no Senado, os deputados peemedebistas querem aproveitar para também conquistar a igualdade de cargos no segundo escalão. A discussão sobre as pastas das empresas públicas, estatais e agências ficou, entretanto, para um segundo momento.
Em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), falou sobre a reunião da qual participou ontem (12) com o presidente Lula, o presidente do partido, Michel Temer (SP), e o líder peemedebista no Senado, Valdir Raupp (RO).
“Vamos tratar num segundo momento, certamente”, revelou Henrique sobre a negociação do segundo escalão. Por enquanto, o líder demonstra contentamento com equalização das alas peemedebistas divididas entre senadores e deputados. Nas contas dos membros da legenda, Lula deverá aumentar a participação do PMDB para quatro ministérios a fim de atender à promessa de agradar a todos.
“Aí você chega a uma dedução simples: se o Senado tem dois ministros, os quais ele elogiou muito – tanto o das Comunicações quanto o de Minas e Energia – e são os dois que hoje representam o PMDB, então eu deduzo que virão outros dois para a bancada da Câmara”, explicou o deputado.
Henrique ostenta o título de deputado federal que está há mais tempo na Casa ininterruptamente. Reeleito para o décimo mandato, o parlamentar juntou a experiência com a forte atuação partidária para ser eleito líder do PMDB na Câmara. Bacharel em direito, elegeu-se deputado federal pela primeira vez em 1971 e baseado em toda sua vivência legislativa procura conscientizar Lula sobre o bom momento que atravessa.
“Eu disse a ele: ‘Estou nesta Casa há 40 anos, presidente, e vi todas as divisões do PMDB. Tancredo e Ulysses e essas brigas últimas. Eu nunca vi um momento tão propício para um governante como o senhor está vivendo com o PMDB. Porque a oposição que existia, deixou de existir para apoiar o governo’”.
Unidade
Segundo Henrique, a bancada peemedebista formada por 91 deputados nunca esteve tão afinada quanto hoje. O líder garante a totalidade de votos para as matérias de interesse da base aliada e destaca que essa fidelidade inusitada deve ser reconhecida pelo governo.
Para o líder, a unidade só pôde ser conquistada com a mudança da postura de Lula, que teria reconhecido o "equívoco" de dialogar somente com os caciques do partido no Senado, como Renan Calheiros (PMDB-AL) e José Sarney (PMDB-AM), e passado a articular institucionalmente com o PMDB.
Prevista para março, a convenção nacional do PMDB é vislumbrada por Henrique como etapa fundamental para o fortalecimento do partido. Para tanto, o líder diz que é necessário haver consenso para a escolha do próximo presidente da legenda a fim de não causar novo racha. Nesse sentido, ele aponta a reeleição de Michel Temer como a solução mais viável.
“O presidente [Lula] tinha uma relação de amizade com o Renan, com o Sarney e encaminhou equivocadamente essa relação no primeiro mandato. Ele reconheceu isso. A partir de agora propôs essa relação institucional, de presidente da República com os partidos. Com isso, o Michel cresceu e entrou com muita lealdade nesse processo da coalizão. Então se impõe, naturalmente, a candidatura dele à reeleição”, concluiu Henrique.
Leia a entrevista:
A questão hoje está em torno da formação do governo...
É porque já superamos a fase da eleição das Mesas, da formação das comissões, e agora o presidente está cumprindo esse rito. Disse que trataria desse assunto após as eleições das Mesas da Câmara e Senado. Elas foram realizadas e ele chamou o PMDB para conversar. Ou seja, o que ele disse que faria, fez hoje. E começou pelo PMDB. Agora ele vai levar os projetos para os outros partidos. E a conversa nossa que podia ser de meia hora ou 40 minutos levou quase duas horas. Você não fica conversando duas horas com quem você não quer conversar ou quando não está gostando da conversa. Ele gostou da conversa, nós gostamos também e sentimos que ele sabe o valor real e a importância do PMDB. Ele tem muita consciência da qualidade e da capilaridade do PMDB para o projeto administrativo e o projeto eleitoral do futuro. Isso era o que nós queríamos ouvir e ouvimos.
Ficou fechado o número de ministérios para o PMDB?
Não. Ficou fechado que ele vai promover o equilíbrio dentro do PMDB. Ele quer o conjunto igual das forças políticas do partido no governo. Aí você chega a uma dedução simples: se o Senado tem dois ministros, os quais ele elogiou muito – tanto o das Comunicações quanto o de Minas e Energia – e são os dois que hoje representam o PMDB, então eu deduzo que virão outros dois para a bancada da Câmara. Uma bancada que tem 91 deputados e que pela primeira vez nos últimos anos deverá bater o recorde com a fidelidade absoluta. Nós podemos dar ao governo 91 votos. Eu disse a ele: ‘Estou nesta Casa há 40 anos, presidente, e vi todas as divisões do PMDB. Tancredo e Ulysses e essas brigas últimas. Eu nunca vi um momento tão propício para um governante como o senhor está vivendo com o PMDB. Porque a oposição que existia, deixou de existir para apoiar o governo.’
O PMDB vai ficar com o quais pastas? Ministério da Saúde e dos Transportes?
Isso ele não definiu. Definiu o tamanho. Vai fazer a equalização do PMDB. Para que isso ajude a fazer um PMDB só. Nós temos que ser um PMDB só, forte, unido.
Qual seria o espaço compatível com a força que o PMDB tem hoje?
No Congresso, eu acho que é o que o presidente colocou. Ele quer um equilíbrio. Ele quer que o Senado tenha tudo, tenha mais. O Renan é uma grande liderança do partido. É uma das mais importantes, se não for a mais importante do partido.
E no segundo escalão?
Vamos tratar num segundo momento, certamente.
E vai procurar o equilíbrio também nessa divisão?
Eu acredito que sim.
O senhor estava falando, antes de começarmos a entrevista, na holding que o presidente está querendo criar na área elétrica. O que mudaria? Hoje já existe uma holding, a Eletrobrás.
Mas aquilo lá está muito esvaziado. Ele disse que pararam a Eletrobrás para privatização e não foi privatizada. Como não despertou o interesse e foi mal conduzida ela está aí, não resolve, não atua. Ele quer dar uma roupagem nova nessa holding da Eletrobrás. Nos mesmos moldes da Petrobrás.
A reunião de hoje foi importante, inclusive, para a eleição do PMDB. O que está em jogo? O que pode acontecer com o partido depois da eleição?
Depende. Se ele for para uma divisão, pode ser péssimo. Aí em vez de crescer, vai atritar. Mas se nós conseguirmos unir o PMDB, com senadores, deputados, governadores, aí o partido cresce muito. Se você junta todos no diretório nacional, na executiva, o partido é muito forte. Não só no governo, como para as eleições.
Tem um nome que possa fazer isso hoje?
Michel Temer. É natural. É como o governador que vai para a reeleição, você pergunta pra ele primeiro se ele quer disputar a reeleição, se ele não quiser, procuramos outros. Perguntamos: ‘Michel, você quer?’. Ele respondeu: 'Quero’. Então se ele quer, vamos lançar o nome dele para costurar o futuro do partido.
Como funciona isso do ponto de vista interno do partido? O senhor apóia o governo desde antes. Já o Michel Temer é um neo-governista...
O Michel Temer foi convidado pelo presidente, estive com ele como membro da executiva para fazer esse governo coalizão, que é uma coisa nova. O presidente teve a humildade e a sensibilidade de convidar o Michel Temer e ter uma relação institucional com o PMDB. O presidente tinha uma relação de amizade com o Renan, com o Sarney e encaminhou equivocadamente essa relação no primeiro mandato. Ele reconheceu isso. A partir de agora propôs essa relação institucional, de presidente da República com os partidos. Com isso, o Michel cresceu e entrou com muita lealdade nesse processo da coalizão. Então se impõe, naturalmente, a candidatura dele à reeleição. Agora, o Nelson Jobim [outro candidato à presidência do partido] é um nome tão bom do PMDB que tem tudo para os dois sentarem e se entenderem. O Michel, agora, e depois o Jobim.
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