O deputado federal reeleito Carlos Abicalil (PT-MT) pagou, durante a campanha, segundo dados da Justiça Eleitoral, R$ 6,8 mil ao empresário Orides Dias Barboza no dia 13 de setembro. Orides é irmão de Arlindo Barboza, dono da empresa de táxi aéreo que foi procurada por Valdebran Padilha no mesmo dia para combinar um vôo de São Paulo a Cuiabá. Orides nega ter recebido dinheiro de Abicalil.
Valdebran foi preso no dia 15 de setembro em São Paulo com R$ 1,168 milhão e US$ 248,8 mil que seriam usados na compra de um dossiê contra o governador eleito do estado, José Serra (PSDB).
De acordo com Luiz Antonio Trevisan Vedoin, cabeça da máfia das ambulâncias, Valdebran levaria o dinheiro em um avião de uma empresa de táxi aéreo.
Em depoimento prestado à Polícia Federal, Arlindo confirmou que foi procurado por Valdebran, mas ressaltou que depois não houve mais contato. Entretanto, na ocasião, ele não revelou que o irmão é sócio de Valdebran. A omissão levou a polícia a reforçar as suspeitas de que o aluguel do avião seria para transportar o dinheiro do dossiê a Cuiabá.
Abicalil afirmou ontem (4), por meio da assessoria, que os R$ 6,8 mil pagos a Orides referem-se ao aluguel de um avião usado na campanha. Ele disse ainda que apresentou nota fiscal ao Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso. No entanto, Abicalil não comentou a ligação entre Orides e Valdebran. (Renaro Cardozo)