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Congresso em Foco
20/9/2006 | Atualizado às 17:50
Diego Moraes e Soraia Costa
A comissão que analisa o processo de cassação do senador Magno Malta (PL-ES) acabou de ouvir, em reunião fechada, o deputado Lino Rossi (PP-MT) e o empresário artístico de Magno, Ronilson Lins.
Os dois entraram em contradição ao tentar explicar a história do Fiat Ducato 1.5 que, de acordo com os depoimentos prestados pelos sócios da Planam, Luiz Antonio e Darci Vedoin, à Polícia Federal, foi entregue a Lino Rossi como parte do pagamento pela apresentação de emendas para a compra de ambulâncias.
Em 2003, o veículo foi emprestado ao senador Magno Malta. Segundo os Vedoin, o empréstimo seria um adiantamento para que o senador apresentasse uma emenda de R$ 1 milhão para a compra de ambulâncias. O senador ficou com o carro até 2005.
Ao deixar a reunião do Conselho de Ética, Lino Rossi confirmou ser o dono do veículo, mas não quis dar detalhes sobre como foi feito o empréstimo do carro para Magno Malta.
"O depoimento do deputado foi um poço de contradições. A cada dez segundos ele tinha uma versão sobre a compra e o empréstimo do carro", disse o senador Demóstenes Torres, vice-presidente do Conselho de Ética do Senado e relator do processo de cassação de Magno Malta. Na opinião de Demóstenes "o pescoço de Lino Rossi rolará rapidamente na Câmara".
O empréstimo
O deputado Lino Rossi apresentou-se espontaneamente para depor no processo de Magno Malta mas, ao invés de ajudar, acabou complicando ainda mais a situação do senador, pois entrou em contradição com o depoimento do empresário Ronilson Lins. Segundo Demóstenes Torres, o deputado disse que o senador teria pedido o carro emprestado a ele para fazer viagens pelo interior do Espírito Santo.
De acordo com o relato de Ronilson Lins, no entanto, o deputado teria ofertado o veículo espontaneamente como agradecimento. Conforme explicou Ronilson, Magno Malta era integrante de uma banda evangélica e Lino Rossi era apresentador de TV. "O deputado pediu ao senador Magno Malta para que o apresentasse a alguém da Rede Record que pudesse ajudá-lo a conseguir uma vaga em um programa nacional", contou Lins.
Segundo o empresário, na época o senador teria comentado que estava precisando fazer umas viagens pelo interior de seu estado, mas que estava com dificuldades para conseguir transporte adequado. "Foi então que o deputado ofereceu o veículo, que era um carro grande e confortável para viajar", explicou Roni Lins, acrescentando que "o senador é muito ético e não pede favor a ninguém".
O empresário confirmou que o senador ficou com o veículo entre 2003 e 2005 e disse que Malta devolveu, "espontaneamente", o Fiat Ducato ao deputado Lino Rossi porque o carro dava muitos problemas de manutenção.
Como os depoimentos não esclareceram a origem do veículo, o Conselho de Ética solicitou a cópia dos cheques que foram usados para a compra do carro.
Acusações
De acordo com o relatório parcial da CPI dos Sanguessugas, o senador Magno Malta teria se comprometido a apresentar emenda para o exercício de 2004 no valor de R$ 1 milhão para a aquisição de ambulâncias e como adiantamento à comissão de 10% do valor da emenda, teria recebido o carro, conforme informações fornecidos por Luiz Antonio Vedoin, um dos sócios da Planam.
No depoimento prestado à Justiça Federal o pai de Luiz Antonio, Darci Vedoin, afirmou que o veículo ficou em posse do senador durante três anos e foi pego de volta pelo deputado Lino Rossi porque Magno Malta não apresentou as emendas que havia prometido.
O relatório diz, ainda, que o veículo teria sido entregue a Lino Rossi como parte do pagamento das emendas apresentadas por ele para a compra de ambulâncias.
Lino Rossi foi apontado como um dos primeiros parlamentares a entrar para o esquema. Ele teria sido responsável por apresentar aos sócios da Planam outros parlamentares, que também estão sendo investigados pela CPI.
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