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Congresso em Foco
20/9/2006 | Atualizado 26/9/2006 às 22:58
O juiz Marcos Alves Tavares, substituto da 2ª Vara Federal, rejeitou ontem (19) o pedido de prisão temporária feito pelo procurador da República Mário Lúcio Avelar contra o ex-assessor especial da Presidência da República Freud Godoy, suspeito de envolvimento no caso do dossiê contra tucanos. O magistrado mandou soltar o advogado Gedimar Passos e o empresário Valdebran Padilha, presos na sexta-feira em São Paulo acusados de negociar o dossiê oferecido pelo empresário Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia das ambulâncias. Tavares também rejeitou o pedido de prisão contra Darci Vedoin, pai de Luiz Antonio.
"O Ministério Público Federal apresenta como fundamento para a decretação da prisão preventiva (de Darci) as interceptações telefônicas que tenho como precárias para a decretação da prisão preventiva pleiteada. Os diálogos, na maior parte em 'códigos', não permitem que se extraia nenhuma conclusão", alegou o juiz, que também mandou soltar Paulo Roberto Trevisan, tio de Luiz Antonio, que foi preso com o dossiê.
Ao negar o pedido de prisão de Freud, Tavares disse que é "no mínimo estranho e contraproducente que um pedido de prisão temporária seja divulgado na imprensa antes de sua análise pelo juízo". A informação da prisão de Freud começou a circular ainda na segunda-feira. De pronto, o ex-assessor da Presidência mandou uma petição via fax à Justiça Federal em Mato Grosso informando que compareceu à sede da PF em São Paulo, colocando-se "à disposição da autoridade policial, bem como do Poder Judiciário, trazendo o endereço onde poderá ser localizado". Com base na defesa, o juiz descartou, por ora, a prisão do ex-assessor de Lula.
PF ainda desconhece origem dos R$ 1,7 milhão apreendidos
A Polícia Federal ouviu ontem, em Cuiabá (MT), os envolvidos na compra do dossiê que envolveria candidatos do PSDB com a máfia das ambulâncias, mas não conseguiu descobrir a origem dos R$ 1,7 milhão que seriam usados no pagamento do material. Um dos principais acusados, o empresário Valdebran Padilha, disse que o recurso foi repassado pelo PT, mas não precisou se todo o montante saiu do caixa do partido.
Outro acusado, o advogado e ex-agente da PF Gedimar Passos Pereira, também foi interrogado pela PF, mas se recusou a responder aos agentes e acabou indiciado pelo delegado responsável pelo caso, Diógenes Curado Filho, por ocultação de provas. Valdebran e Gedimar foram presos na última sexta-feira (15) num quarto de hotel em São Paulo com o equivalente a R$ 1,7 milhão - uma parte em dólar e outra em real.
Os dois investigados estavam na superintendência da PF em São Paulo e foram transferidos ontem para a sede de Cuiabá. A intenção era fazer uma acareação entre os dois, o empresário Luiz Antonio Vedoin e Paulo Roberto Dacol Trevisan, tio de Luiz Antonio. Mas, como Gedimar não quis falar, a audiência foi adiada.
Valdebran depôs por quase três horas e afirmou apenas que o recurso foi repassado pelo PT. Ele contou que Luiz Vedoin estava com problemas financeiros e o procurou para oferecer documentos contra Serra. O depoente afirmou que apenas intermediou a negociação com Gedimar, que representava o PT na compra da documentação, e que todo o dinheiro seria repassado aos donos da Planam.
O montante do dinheiro em dólar - US$ 248 mil - está em notas seriadas, o que permite à polícia rastrear a origem do dinheiro. As notas em reais não estão em seqüência, mas foram encontradas dentro de envelopes com etiquetas de identificação bancária que podem dar pistas de onde teriam sido sacadas.
Ontem a PF pediu ajuda da Interpol, a polícia internacional, para tentar descobrir de onde vieram as notas de dólar. Os agentes solicitaram também à Justiça a quebra do sigilo dos telefones do quarto onde os dois acusados foram presos, além de imagens do circuito interno de televisão do hotel.
O advogado de Valdebran, Luiz Antonio Lourenço da Silva, disse que o dossiê seria entregue à Justiça, para averiguação, e depois ao PT. Questionado se seria entregue ao PT local ou nacional, o advogado não soube responder. "O PT é o PT", afirmou.
Após o depoimento, os acusados foram autorizados pela Justiça a deixar a cadeia. O procurador da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar, pediu a renovação da prisão temporária de Paulo Roberto, Gedimar e Valdebran Padilha. Mas o juiz Federal Marcos Alves Tavares, de Cuiabá, rejeitou a solicitação e argumentou que os três prestaram os esclarecimentos necessários e, por isso, já poderiam ser liberados.
Bastos: "PF não vai liberar imagens da apreensão"
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou nessa terça-feira que a Polícia Federal (PF) não vai permitir a exibição de imagens dos R$ 1,7 milhão apreendidos em São Paulo, na última sexta-feira. O dinheiro seria usado na compra de um dossiê contra o candidato tucano ao governo de São Paulo, José Serra.
A oposição tem cobrado a divulgação das imagens para veiculá-las no horário eleitoral gratuito. A idéia é vincular o presidente Lula ao episódio e tentar minar a candidatura dele à reeleição.
"É preciso que as pessoas entendam que o Brasil mudou. Hoje não é mais como naquele tempo em que se faziam imagens para jogar na televisão e destruir candidaturas. Não vamos fazer isto neste momento", disse o ministro.
Bastos ressaltou que já observa na mídia a exploração política do fato. "Querem gerar uma imagem para prejudicar claramente a campanha do presidente Lula, que está com 50 por cento dos votos", afirmou.
PT mato-grossense suspende filiação de Valdebran Padilha
O diretório regional do PT em Cuiabá (MT) suspendeu ontem, por 60 dias, o empresário Valdebran Padilha da Silva e instaurou comissão de ética para investigar a participação dele na compra de um dossiê que envolveria o ex-ministro José Serra com a máfia das ambulâncias. Se condenado, o empresário pode ser expulso do partido.
Ex-tesoureiro da legenda e atualmente filiado ao diretório do estado, Valdebran foi preso na última sexta-feira (15) pela Polícia Federal em São Paulo, em companhia do advogado e ex-policial federal Gedimar Pereira Passos. Eles estavam com R$ 1,7 milhão que seriam usados para comprar o dossiê de Paulo Roberto Dalcol Trevisan, tio do empresário Luiz Antonio Vedoin, operador da máfia dos sanguessugas.
Em nota, a executiva do PT de Cuiabá afirma que "reprova o procedimento e considera que o comportamento deste filiado é incompatível com sua permanência no partido". O PT acrescenta ainda que "rejeita o denuncismo eleitoral e a produção ilegal de dossiês".
Leia mais: As explicações de Freud
Matéria publica em 20.09.06. Última atualização em 26.09.06
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