O advogado Ivo Marcelo Spínola da Rosa, genro do dono da Planam, Darci Vedoin, declarou em depoimento à Justiça que a máfia dos sanguessugas utilizou os serviços profissionais do ex-procurador da República Roberto Cavalcanti, de Mato Grosso.
Rosa informou que Cavalcanti teria induzido os Vedoin a contratar, a um custo de R$ 1,7 milhão, o escritório em que atua o Cavalcanti & Spadoni Carvalho Advogados. O ex-procurador teria dito aos chefes da quadrilha ter informações privilegiadas que facilitariam a defesa das empresas acusadas de comandar as fraudes na venda de ambulâncias.
Rosa ainda contou que em 2003 se aproximou de Cavalcanti ao saber que as empresas da máfia eram alvo de investigações. Segundo Rosa, o procurador teria confirmado que havia uma grande investigação contra as empresas da família Vedoin por causa de uma ação civil pública no Acre. O procurador também informou, de acordo com Rosa, que havia uma investigação em andamento na Receita Federal. Ele sugeriu aos empresários tomarem medidas urgentes para não serem presos pelo crime de sonegação fiscal.
Cavalcanti teria dito aos empresários que procurassem o seu escritório, em Cuiabá, porque ele seria o único na região com condições de defendê-los. Rosa ainda disse que o procurador sempre soube, mesmo depois da assinatura do contrato, que as empresas participam de licitações fraudadas.Segundo Ivo Rosa, Cavalcanti teria dito a Vedoin "para eles continuarem a fazer o que sabiam porque, da parte dele, as medidas seriam tomadas".