A Polícia Federal chega hoje ao terceiro dia de investigações sobre o suposto caixa dois do PSDB, nas eleições de 1998, quando o hoje senador Eduardo Azeredo era candidato à reeleição pelo governo de Minas Gerais. Mais sete pessoas devem ser ouvidas nesta sexta-feira.
Documentos em poder da PF indicam que a campanha de Azeredo teria movimentado aproximadamente R$ 100 milhões sem declarar o valor à Justiça Eleitoral e à Receita - o dinheiro teria sido desviado de estatais por meio de contratos frios e superfaturados. Um relatório de despesas assinado por Cláudio Mourão, tesoureiro da campanha de Azeredo, afirma que boa parte dos recursos serviu para financiar campanhas de aliados do candidato tucano em 1998.
Em depoimento à PF no ano passado, Azeredo sustentou, entretanto, que gastou apenas R$ 8,5 milhões na campanha - valor declarado à Justiça Eleitoral - e negou qualquer envolvimento em esquema de caixa dois.
Os responsáveis pelas investigações de hoje são delegados de Belo Horizonte. Por questão de segurança, não haverá divulgação do nome dos depoentes, nem dos delegados.
As investigações começaram na terça-feira, quando dois delegados de Brasília foram à Belo Horizonte, capital mineira. Na quarta-feira, as atividades foram interrompidas devido à paralisação dos policiais federais. Ontem, os depoimentos aconteceram apenas durante a manhã, devido ao jogo do Brasil na Copa do Mundo.