Em depoimento à Polícia Legislativa na quarta-feira (7), o militante do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST) Arildo Joel da Silva disse que o destino do grupo que invadiu a Câmara, na última terça, era na verdade o Palácio do Planalto. "(Os manifestantes) iriam até o Palácio do Planalto, onde iriam 'botar pressão', o que significa fazer ocupação", afirmou Silva no depoimento, segundo reportagem da Folha de S.Paulo deste sábado.
Na matéria assinada por Andrea Michael, o objetivo da pressão seria, segundo ele, forçar o governo Lula a reconhecer o movimento e liberar terras para assentamentos. Consta do depoimento que a decisão de seguir para Brasília foi tomada em reuniões do MLST no final de maio. Quanto ao acerto para invadir o Planalto, teria sido feito na própria capital federal, na manhã de 6 de junho, dia da invasão e da depredação da Câmara.
Silva disse "que foi enganado pelos líderes do movimento, que inicialmente disseram que iriam ao Palácio do Planalto, mas conduziram todos para a Câmara".
O militante foi flagrado atirando uma pedra contra um segurança da Câmara. Também ouvido pela Polícia Legislativa, o líder do MLST, Bruno Maranhão, atribuiu aos colegas de movimento a responsabilidade por "ter feito toda aquela bagunça", em referência à destruição de portas de vidro, balcões e terminais de informações.
Maranhão afirmou no depoimento "que a coordenação (do MLST) sempre orienta os seus membros para que toda a manifestação seja ordeira e pacífica" e que o acontecido "não foi planejado anteriormente".