O presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), disse esta tarde que não recebe "arruaceiro", em referência aos sem-terra que invadiram hoje a Câmara, quebraram vidros, num tumulto que deixou ao todo 23 feridos.
Renan acredita que os manifestantes precisam pagar pelo que fizeram. "Essa não é uma manifestação. É uma arruaça e eu não recebo arruaceiros", disse. "Esse não é um movimento de sem-terra. É movimento de sem-lei."
Ele apoiou a decisão do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), de dar ordem de prisão para os sem-terra. "É caso sim de chamar a polícia. O que aconteceu foi um atentado à democracia. Essa gente tem que pagar pelo que fez. Tem que ir para a cadeia". O presidente do Senado colocou a segurança da Casa à disposição da Câmara.
Renan afirmou ainda que o Congresso tem se esforçado para atender as reivindicações dos sem-terra e deu como exemplo projetos que foram votados e os trabalhos da CPI da Terra.
Senadores se solidarizam
As senadoras Ana Júlia Carepa (PT-PA) e Lúcia Vânia (PSDB-GO) e os senadores Ramez Tebet (PMDB-MS) e Demóstenes Torres (PFL-GO) também condenaram, da tribuna, o ato de vandalismo promovido pelo Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) nas dependências da Câmara.
"Há um ano o país vive atormentado pela corrupção e agora temos atos de violência no Congresso. Esses movimentos agem sem restrições e já invadiram e incendiaram prédios públicos, sem que houvesse nenhuma punição", protestou Ramez Tebet.